Sábado, 10 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de outubro de 2019
Mais de 11 mil pessoas aguardam por consulta com oftalmologista pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em Porto Alegre. Aqueles pacientes que foram encaminhados para plástica ocular, por exemplo, chegam a esperar 412 dias. A alta demanda e a dependência por equipamentos específicos são explicações da SMS (Secretaria Municipal de Saúde) para a demora.
A catarata é uma doença que afeta principalmente os idosos e tem como característica causar o embaçamento progressivo da visão. Entre os sintomas mais comuns estão a sensibilidade à luz, a visão escurecida e dificultada durante a noite.
Nos casos mais avançados, os olhos ficam na cor branco-azulada e o maior risco é a cegueira, que pode acontecer quando o tratamento não é realizado. A prevenção não existe, mas nos casos mais avançados o Sistema Único de Saúde cobre todas as despesas.
Em setembro de 2017 a janeiro de 2018, o mutirão de cirurgias eletivas do SUS realizou 4.230 procedimentos utilizando a verba de R$ 2,77 milhões. O valor corresponde a 59% do recurso estipulado como referência para Porto Alegre, que é de R$ 4,71 milhões.
A Secretaria Estadual de Saúde informa que, após consulta especializada regulada pelo Estado, os pacientes são encaminhados para acompanhamento nos hospitais Vila Nova, Clínicas, Independência, Santa Casa e Banco de Olhos. Após meses na fila de espera, eles são submetidos a perda gradativa da visão, dificultando ainda mais a chamada facectomia (cirurgia de catarata).
A justificativa é que os pacientes devem esperar em média três meses podendo ultrapassar um ano para serem operados, devido ao número de pacientes que já foram atendidos. O paciente que depende do SUS precisa primeiro buscar atendimento com um clínico geral na UBS (Unidade Básica de Saúde) de referência. Se for apontada a necessidade, é encaminhado para o especialista. E é neste momento que o processo trava.
A catarata atinge quase metade (46,2%) da população mundial com mais de 65 anos. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que no mundo 160 milhões de pessoas tenham a doença. No Brasil são 2 milhões de pessoas afetadas e surgem 120 mil novos casos a cada ano.
O médico oftalmologista Marco Kroeff alerta que a principal causa é o processo natural de envelhecimento, que faz com que o cristalino perca gradativamente sua transparência durante a vida. Entre os fatores de risco estão os maus hábitos alimentares e o stress que induzem ao acúmulo de oxidantes, além da excessiva exposição à radiação ultravioleta emitida pelo sol.
Com a evolução do quadro, que leva à opacificação total do cristalino, a pessoa acometida pode enxergar apenas vultos. A recomendação é que a cirurgia seja realizada o quanto antes.
O médico oftalmologista Marco Kroeff. (Foto: Divulgação)