Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Esquema de propina de Cabral pagava 13º e 14º salários, diz delator

Compartilhe esta notícia:

Carlos Miranda é apontado como "gerente" de esquema. (Foto: Reprodução)

Apontado pela Operação Lava-Jato como gerente do esquema de propinas da organização criminosa comandada pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, Carlos Miranda detalhou os valores dos pagamentos que ele e os ex-secretários Wilson Carlos e Régis Fichtner recebiam.

As informações foram dadas nesta segunda-feira (11), durante depoimento na 7ª Vara Criminal Federal do Rio. Quase ao fim da audiência, Miranda afirmou que o esquema de propina funcionou até 2016, às vésperas da prisão de Cabral.

“Tirávamos cerca de R$ 150 mil por mês. Também havia prêmios no fim do ano, como uma espécie de 13º ou 14º salários. Tudo era pago em dinheiro”, completou Miranda.

Segundo ele, a organização era controlada por Cabral. Wilson Carlos era o responsável pelos contatos com as empresas, e Fichtne cuidava do andamento do esquema dentro da estrutura do governo.

Toda a movimentação do pagamento de propina era registrada em uma planilha que permanecia em poder de Miranda. Esta era dividida em duas partes armazenadas no e-mail de Miranda, e as senhas de acesso eram trocadas com frequência. Ao verificar o avanço das investigações da Lava-Jato sobre o grupo comandado por Cabral, Miranda decidiu destruir o documento.

O depoimento de Miranda é considerado fundamental para esclarecer o funcionamento do esquema. De todos os colaboradores, Miranda é apontado como um dos mais próximos ao ex-governador Cabral, cuidando, inclusive, de sua declaração do Imposto de Renda.

“Eu cuidava das despesas pessoais do governador, inclusive da movimentação em suas contas”, admitiu Miranda em seu depoimento.

O ex-assessor da Secretaria de Estado de Transportes Luiz Carlos Velloso também prestou depoimento e afirmou que o deputado federal Júlio Lopes teve uma conta em uma corretora na qual acumulou R$ 3,5 milhões referentes à colaboração de campanha eleitoral. Velloso disse, no entanto, que desse total, R$ 1,5 milhão teria sido usado para o pagamento de despesas pessoais dele próprio e de Lopes.

Agência de comunicação

Ainda durante o depoimento, Miranda afirmou que a Carioca Engenharia – uma das empresas que participou do esquema de pagamento de propinas à organização – pagou uma conta de cerca de R$ 200 mil à agência de comunicação FSB. Segundo ele, tratava-se do pagamento de trabalho feito pela empresa durante a campanha de reeleição do governador. Esse valor, afirmou Miranda, foi abatido do total de propina que a Carioca pagava à organização.

Em nota, a FSB negou as declarações de Miranda. “Não conhecemos Carlos Miranda, nunca tivemos contato com ele e ficamos absolutamente surpresos com suas declarações pela total falta de fundamento. A FSB tem 38 anos de história no mercado e pautamos nossa atuação por um código de conduta e ética baseado em normas rígidas de compliance”, declarou a empresa no texto.

Na quarta-feira (6), Miranda prestou depoimento pela primeira vez em juízo como delator no processo que apura crimes da operação Ratatouille. Ele confirmou que o anel comprado por Fernando Cavendish foi uma forma de propina para Cabral.

“A joia comprada por Fernando Cavendish foi uma forma de propina. O valor foi descontado do valor de propina que Cavendish pagava para a organização [de Cabral]”, disse Miranda.

No dia anterior, Cabral havia classificado a doação da joia de mais de 200 mil euros para sua mulher, em 2009, como “presente de puxa-saco” de Cavendish.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Pais matam o filho drogado no Paraná
Grávida entra em trabalho de parto e por causa das enchentes teve de ser removida de barco
https://www.osul.com.br/esquema-de-propina-de-cabral-pagava-13o-e-14o-salarios-diz-delator/ Esquema de propina de Cabral pagava 13º e 14º salários, diz delator 2017-12-11
Deixe seu comentário
Pode te interessar