Quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de junho de 2015
Um vídeo divulgado nesta terça-feira (23) pelo grupo jihadista EI (Estado Islâmico) mostra a execução particularmente cruel de 16 homens descritos como “espiões”, alguns deles afogados em uma jaula mergulhada em uma piscina. O vídeo, de 7 minutos e 30 segundos de duração, foi postado em sites jihadistas pelo ramo do EI em Nínive, província localizada no Norte do Iraque, da qual Mossul é a capital.
O grupo apresenta os 16 “espiões” em túnica laranja, identificados e que falam brevemente em frente à câmera. Eles são executados em três grupos, um método que ainda não havia sido utilizado publicamente pelo EI. Cinco homens são trancados em uma jaula de aço, que é levantada do chão para ser imersa em uma grande piscina onde seu afogamento é filmado por duas câmeras à prova d’água amarradas nas grades da gaiola. Outro grupo de quatro homens é colocado em um carro que foi destruído por um tiro de lança-foguetes. Sete outros são decapitados pela explosão de um cabo amarrado em seus pescoços, de acordo com as imagens do vídeo.
Propaganda
A divulgação de vídeo e fotografias das mortes de “inimigos” é uma estratégia de “propaganda” do regime radical que pretende se instalar no Iraque e na Síria. Atualmente, o EI é considerado o maior grupo terrorista em atividade no mundo.
O EI também já divulgou outras execuções e, ainda, imagens de homossexuais sendo atirados do alto de um prédio. No início deste mês três foram jogados de um edifício enquanto uma multidão assistia. Eles também já divulgaram imagens de crianças portando armas de fogo nas mãos e destruição de sítios arqueológicos.
Aliança
O avanço do EI criou uma aliança inusitada no Oriente Médio. Há sinais de que israelenses e palestinos, envolvidos há décadas em conflitos, começaram a estabelecer uma estratégia conjunta contra o inimigo comum.
Governos dos dois lados agem contra o aparecimento de milicianos do EI, animados com as vitórias na Síria e no Iraque. O principal ponto de preocupação é a Faixa de Gaza, controlada pelo grupo islâmico Hamas.
Para alguns, essa preocupação conjunta pode levar a uma cooperação, mesmo que indireta e secreta, entre Israel e Hamas. Nos últimos meses, Israel tem conversado, de maneira indireta, com o Hamas no Qatar e na Europa, de acordo com relatos não confirmados. A mediação estaria sendo feita pelas Nações Unidas. A ideia seria chegar a uma a uma “hudna” calmaria entre os dois lados para que ambos possam tomar medidas contra discípulos do EI sem retomar o conflito do ano passado entre israelenses e palestinos, que deixou ao menos 2,3 mil mortos.