Segunda-feira, 13 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de fevereiro de 2016
A crise econômica chegou ao EI (Estado Islâmico). Na contramão da propaganda, o EI agora corta salários de dirigentes e combatentes e leiloa terras confiscadas para melhorar a arrecadação. Em Raqqa (Síria), capital do autoproclamado califado, a remuneração das fileiras foi reduzida pela metade. Assim como a ideologia, a instabilidade financeira se alojou no centro da retórica de recrutamento de jovens desolados no Ocidente e jovens deslocados pelos conflitos no Oriente Médio.
Se antes o grupo terrorista se gabava de prover ajuda social, habitação e bons salários aos que migrassem para seus territórios na Síria e no Iraque, hoje o sistema da organização é regido pela austeridade. A carestia se aprofunda à medida em que se intensificam os bombardeios aéreos da coalização internacional liderada pelos Estados Unidos.
“O grupo extremista se viu obrigado a reduzir à metade o salário de dirigentes e em 30% a remuneração de soldados e oficiais”, confirmou o analista Hashem al-Hashimi, assessor do governo iraquiano e importante fonte de informação sobre o que acontece na cidade sitiada de Mossul. “Os ataques aéreos golpearam nove bancos do Estado Islâmico. Em pelo menos um deles, havia 150 milhões de dólares depositados. Os demais haviam sido esvaziados previamente.” Antes da tomada de Mossul, o EI compôs uma rede de sustentação financeira calcada em extorsões. (AG)