Mundo Estado Islâmico supera Al Qaeda como líder do terrorismo global
Por Redação O Sul | 22 de junho de 2015
O EI (Estado Islâmico) ultrapassou a Al Qaeda como principal grupo terrorista no mundo, informou o relatório anual sobre terrorismo do Departamento de Estado dos Estados Unidos. O documento destaca a forte capacidade da organização terrorista em recrutar militantes estrangeiros e espalhar sua mensagem pelo mundo afora.
O relatório também conclui que os ataques terroristas aumentaram em 35% em 2014 frente ao ano anterior, mas ficaram bem mais concentrados em alguns países. Mais de 60% de todos os atentados destes grupos, diz o governo norte-americano, concentram-se no Iraque, Paquistão, Afeganistão, Índia e Nigéria.
De acordo com o governo norte-americano, a disseminação “sem precedentes” do EI e sua brutalidade, aliada à capacidade de arquitetar ataques, ajudou o grupo a “suplantar” a Al Qaeda como grupo líder do terrorismo mundial. Os dois grupos estão adaptando suas táticas de formas mais brutais e difíceis de rastrear.
Para o Departamento de Estado dos EUA, a proeminência da ameaça da Al Qaeda diminuiu em 2014. “A liderança da Al Qaeda também parece ter perdido o ímpeto frente ao movimento de liderança global e à rápida expansão do Estado Islâmico”, além das perdas significativas de seu domínio no Paquistão e Afeganistão. Os EUA também reconhecem a habilidade do EI em utilizar as “redes sociais mais populares”, como é o caso do YouTube, Facebook e Twitter, para disseminar sua mensagem pelo mundo e recrutar seguidores de “forma ampla”.
Um aumento de 81% nas mortes no ano passado foi atribuído, em parte, como resultado de ataques excepcionalmente letais, diz o documento, que cita ainda táticas agressivas e brutalidade nas ofensivas, como decapitações, crucificações e ataques em massa. Sequestros e detenção de reféns também aumentaram, segundo o governo norte-americano.
Guerra na Síria
O documento conclui que a guerra civil na Síria, ainda em andamento, teve um papel significativo no terrorismo mundial em 2014. “A taxa de terroristas estrangeiros que viajaram para a Síria – totalizando mais de 16 mil de mais de 90 países – ultrapassou o número de terroristas estrangeiros vindos do Afeganistão e Paquistão, Iraque, Iêmen ou Somália em qualquer período dos últimos 20 anos”, afirma.
Muitos destes estrangeiros combatentes, diz o governo dos EUA, uniram-se ao Estado Islâmico, que, pela “intimidação e exploração de problemas políticos, um ambiente de maior insegurança no Iraque e os conflitos na Síria, conseguiu apoio suficiente para conduzir operações militares complexas como tentativa de conquistar território no Oeste do Iraque e Leste da Síria para formar um autodeclarado califado islâmico”.
Boko Haram
O relatório destaca o grupo terrorista Boko Haram, baseado na Nigéria, dividindo com o EI o mesmo nível de brutalidade em suas táticas, como apedrejamentos e escravidão de crianças. Ainda que o Estado Islâmico tenha sido responsável pelo maior número de ataques em 2014, o número de mortes causadas pelo grupo nigeriano não fica muito atrás, diz o documento. (AG)
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