Domingo, 29 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 1 de agosto de 2022
As ações da Rússia perto da usina nuclear da Ucrânia são “o cúmulo da irresponsabilidade”, disse nesta segunda-feira (1º) Antony Blinken, o secretário de Estado dos Estados Unidos (cargo semelhante ao de ministro de Relações Exteriores).
Em março, a Rússia já tinha sido acusada de efetuar disparos perigosamente perto da usina de Zaporizhzhia, quando suas forças a assumiram nas primeiras semanas de sua invasão da Ucrânia.
O governo os EUA afirma estar profundamente preocupado com o fato de Moscou estar agora usando a usina como base militar e disparando contra as forças ucranianas de seu entorno, disse Blinken a repórteres após negociações de não proliferação nuclear na sede das Nações Unidas em Nova York.
“É claro que os ucranianos não podem revidar para que não haja um terrível acidente envolvendo a usina nuclear”, disse ele.
As ações da Rússia foram além do uso de um “escudo humano”, disse Blinken. Ele classificou a estratégia russa como um “escudo nuclear”.
Os diplomatas russos na ONU não fizeram nenhum comentário sobre as declarações de Blinken.
A Agência Internacional de Energia Atômica, órgão de vigilância atômica da ONU, deve ter acesso à usina, disse Blinken.
Autoridades ucranianas já acusaram os russos de usar o terreno da usina como base de tropas e armazém de equipamentos militares.
Em 20 de julho, a Rússia acusou a Ucrânia de disparar dois drones em Zaporizhzhia. Segundo os russos, o reator não foi danificado.
Na última sexta (29), durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, o vice-embaixador da Rússia na ONU, Dmitry Polyanskiy, afirmou que seus colegas ocidentais “deliberadamente” ignoraram esse ataque de 20 de julho.
A empresa nuclear estatal ucraniana Energoatom não fez nenhuma declaração sobre o suposto impacto do drone.
Ajuda militar
Também nesta segunda, os Estados Unidos anunciaram que enviarão um novo pacote de armamento, no valor de US$ 550 milhões, para as tropas ucranianas que lutam contra a Rússia.
O novo lote “incluirá mais munições para os sistemas avançados de foguetes de alta mobilidade, conhecidos como Himars, e munições” para a artilharia, informou aos jornalistas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.
Segundo ele, isso eleva o total da ajuda militar americana à Ucrânia este ano a mais de US$ 8 bilhões.
A nova ajuda também incluirá 75 mil obuses de 155 milímetros, indicou o Pentágono em um comunicado.
Os Himars de grande mobilidade disparam mísseis guiados por GPS com um alcance de 80 quilômetros, o que permite que a Ucrânia ataque alvos russos que antes eram inalcançáveis.
A artilharia é decisiva na guerra na Ucrânia, onde a existência de projéteis de todo tipo é essencial, tanto para o exército ucraniano quanto para o russo.