Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 10 de abril de 2025
Mais de 500 estudantes internacionais tiveram seus vistos revogados pelo governo dos Estados Unidos nas últimas semanas, em meio à escalada da pressão de Donald Trump sobre as universidades do país. A Associação de Educadores Internacionais (NAFSA), dos EUA, informou ao Financial Times que, durante a compilação de relatórios fornecidos pelas instituições de ensino superior, foram identificadas pelo menos 500 revogações de vistos, uma situação que tem gerado grandes preocupações entre as comunidades acadêmicas.
Os Departamentos de Estado e de Segurança Interna dos EUA têm sido acusados de estarem por trás dessas revogações, sem apresentar motivos claros ou justificativas concretas para as decisões. Segundo as acusações, os estudantes afetados não receberam qualquer explicação detalhada, o que gerou um clima de insegurança e incerteza, afetando tanto os alunos como as universidades que os acolheram.
Em resposta, na última segunda-feira (7), 16 associações de universidades dos EUA solicitaram uma reunião urgente com representantes dos dois departamentos responsáveis. O objetivo dessa reunião era buscar esclarecimentos sobre a possibilidade de recorrer dessas decisões e verificar se houve algum tipo de erro administrativo nos casos de revogação de vistos.
Essa ação ocorre no contexto de um governo norte-americano cada vez mais envolvido em disputas com a comunidade acadêmica, refletindo uma postura de maior controle sobre as políticas educacionais e a presença de estudantes estrangeiros no país. As revogações de vistos são um exemplo claro da crescente tensão entre a administração Trump e as instituições educacionais, que têm sido alvo de políticas mais restritivas e, frequentemente, desconcertantes.
Enquanto isso, o presidente Donald Trump, na terça-feira (8), emitiu uma ordem executiva que visa barrar políticas relacionadas à crise climática. Na mesma data, assinou também um decreto que afrouxa regras para o uso de energia gerada pela queima de carvão.
A ordem executiva instrui o procurador-geral dos Estados Unidos a identificar leis estaduais que tratam de mudanças climáticas, iniciativas ESG (ambientais, sociais e de governança), justiça ambiental e emissões de carbono, e a tomar medidas para bloquear essas leis.
O decreto menciona especificamente legislações de Nova York e Vermont, que multam empresas de combustíveis fósseis pela sua contribuição para as mudanças climáticas e processam empresas de energia por sua participação no aquecimento global.
“Muitos estados aprovaram, ou estão em processo de aprovação, de políticas energéticas ou de ‘mudança climática’ onerosas e motivadas ideologicamente que ameaçam a dominância energética americana, além de nossa segurança econômica e nacional”, afirmou Trump ao justificar a medida.
Essa ordem executiva faz parte de uma promessa de campanha de Trump, que sempre defendeu a redução de iniciativas que favorecem a geração de energia renovável, propondo um foco maior nas indústrias tradicionais, como a do carvão. (Com informações do Valor Econômico)