Cinema ESTREIA – O documentário e o documentário para os fãs
Por Redação O Sul | 17 de junho de 2015
No documentário “Kurt Cobain — Retrato de uma Ausência”, o cantor Kurt Cobain é lembrado como estrela do rock de uma época em que o culto a figuras pop extrapola o bom senso. Sua vida, um pouco por sua responsabilidade, muito pela ânsia em alimentar a imaginação das pessoas, foi explorada à exaustão. Sua morte, em 1994, aos 27 anos, também.
Já documentário para fãs “Cobain: Montage of Heck”, que estreia nesta quinta-feira (18), o importante é sugar tudo o que restou do legado de Cobain. Seja a música, sejam as histórias contadas por amigos e parentes, sejam os cadernos, cassetes e vídeos caseiros a que o diretor Brett Morgen teve acesso. O material reunido pelo cineasta é realmente impressionante para se conhecer mais sobre a intimidade do artista.
A dúvida é qual dos dois filmes prevalece. Morgen parte da infância de Cobain para tentar traçar a personalidade do rapaz criado numa família problemática que acabaria fundando o Nirvana. Ele recebeu autorização da viúva, Courtney Love, e, mais do que isso, ganhou a chave do baú que guardava os arquivos pessoais de Cobain.
Desses arquivos, o diretor fez um painel mesclando desenhos, textos, áudios, depoimentos, fotos, entrevistas antigas e matérias de revista. Ele também criou animações para contar histórias do passado de Cobain, um exagero para um filme já tão lotado de informações. Acontece que, em alguns momentos, o documentário parece não ter tido edição. É como se tivessem usado tudo o que estava disponível, mesmo que não tão relevante.
Os fãs, obviamente, vão delirar. Mas e o resto das pessoas? “Cobain: Montage of Heck” é um bom filme, ótimo quando se debruça sobre as relações de Cobain, quando debate o tratamento que seu protagonista recebeu da mídia e quando mostra suas reações a esse tratamento. Mas os detalhes em excesso podem torná-lo enfadonho para quem nunca se sentiu viúvo do cantor. (André Miranda/AG)
Confira o trailer do filme:
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