Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de dezembro de 2020
Em 2020, foram injetados na empresa R$ 66 milhões na Carris, segundo a prefeitura.
Foto: Divulgação/PMPAA prefeitura apresentou, nesta terça-feira (29), o resultado parcial do estudo desenvolvido pela consultoria Valor & Foco, contratada pela administração municipal para fazer o diagnóstico da Carris. Entre os cenários possíveis, foram analisadas a privatização, a liquidação da Companhia, a manutenção da empresa como estatal no tamanho atual e a redução de suas operações, com a relicitação de parcela de suas linhas.
Em todos os cenários, aparece a aplicação de medidas transversais, entre elas a realização de uma PPP (parceria público-privada), a extinção do numerário nos ônibus e a eliminação gradual da função de cobrador, para que seja possível diminuir ou retirar os aportes feitos na Carris pela prefeitura. Em 2020, foram injetados na empresa R$ 66 milhões.
Dos quatro cenários, um deverá ser escolhido pelo Município para que tenha o seu estudo aprofundado pela Valor & Foco, conforme o secretário municipal de Parcerias Estratégicas, Thiago Ribeiro.
“Essa definição deverá ser tomada pela próxima gestão. O que foi mostrado hoje é um resultado parcial, e há possibilidade, se a futura administração assim entender, de fazer uma fusão dos elementos de cada um dos cenários e criar uma outra modelagem”, pontuou.
Durante a apresentação, o secretário municipal adjunto de Parcerias Estratégicas, Fernando Pimentel, detalhou cada cenário proposto e considerou que, entre as opções desenhadas pela consultoria, dois modelos mostraram-se mais eficientes.
“O primeiro deles é o da privatização, tendo em vista que os prejuízos acumulados podem ser absorvidos pelo comprador da Companhia. Pode ser também uma solução mais versátil e eficiente para os funcionários celetistas. Outra alternativa é a manutenção do modelo atual, com ações transversais e a modelagem de uma parceria público-privada”, destacou.
Diagnóstico
De acordo com o estudo, a Carris tem custos 32% mais elevados do que as demais concessionárias do transporte de passageiros por ônibus e, embora tenha o maior número de usuários por quilômetro rodado, tem resultados inferiores se comparados às empresas privadas. A Companhia é responsável por aproximadamente 22% da receita tarifária no transporte público de Porto Alegre.
O estudo iniciou-se em fevereiro de 2020. Para chegar ao resultado parcial apresentado, a prefeitura informa que a empresa analisou aspectos técnicos e operacionais, além da distribuição das linhas. A previsão é que o estudo seja concluído em março de 2021.
Nova administração
O prefeito eleito, Sebastião Melo, publicou ainda na segunda-feira manifestação sobre o transporte público da Capital, indicando que haverão mudanças.
“Sobre o transporte público: a Prefeitura de Porto Alegre aportou, em 2020, quase R$67 milhões na Carris. Nas demais empresas de ônibus foram mais R$40 milhões. Isso não pode continuar assim. É insustentável”, escreveu.