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Saúde Estudo mostra aumento expressivo de internações por síndromes respiratórias e indica subnotificação do coronavírus

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Número de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave em 2020 é o maior desde 2010

Foto: Reprodução
A paciente era uma mulher de 70 anos, que estava internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Universitário de Canoas. (Foto: EBC)

Um estudo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostra um aumento expressivo nas internações por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) neste ano no Brasil em comparação com a média dos últimos dez anos.

Esses dados, de acordo com a Fiocruz, infectologistas, epidemiologistas e outros especialistas indicam uma subnotificação dos casos da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus Sars-CoV-2.

SRAG, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave, é uma doença respiratória grave que exige internação e é causada por um vírus, seja ele o novo coronavírus, o influenza ou outro. Os casos são relatados pelos hospitais ao Ministério da Saúde, e a Fiocruz consolida e divulga esses dados pela plataforma Infogripe.

Na contagem da Fiocruz até 4 de abril deste ano, o Brasil teve 33,5 mil internações por SRAG, muito acima da média desde 2010, de 3,9 mil casos. Mesmo em 2016, quando houve um surto de H1N1, foram registrados 10,4 mil casos no mesmo período do ano.

“O número de casos está muito alto. Completamente fora do padrão”, afirma Marcelo Gomes, coordenador do Infogripe, da Fiocruz.

Os motivos, segundo ele, são: há mais hospitalizações em decorrência da Covid-19 e a velocidade com que o vírus se espalha é maior que em anos anteriores (há uma “maior rapidez de disseminação”).

Um terceiro fator, diz, é que o sistema da Fiocruz passou a receber um número maior de notificações de hospitais privados. Por isso, a comparação deste ano com os anteriores não é perfeita. Mas, segundo Gomes, mesmo descontando os dados de hospitais privados, a alta seria expressiva.

“Outro fator, cuja contribuição não é tão grande, é o fato de que nos últimos anos quem reportava fundamentalmente era praticamente só a rede pública. E, neste ano, a rede privada também passou a reportar. Mas a contribuição não é tão grande quanto os outros [fatores].”

Os cientistas da Fiocruz listam três motivos que apontam o Sars-Cov-2 como o responsável pelo expressivo crescimento dos casos: aumento das internações fora da época, idosos como os mais afetados, percentual de testes negativos para outras gripes mais alto.

“Não tem nada que justifique o aumento do número de casos de idosos. A gente teve até vacinação antecipada dessas pessoas neste ano. Pode ter certeza que é Covid-19. É provavelmente quase tudo Covid-19. Não tem outra explicação pra isso”, afirma o epidemiologista, infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Antonio Bandeira.

Além disso, o último boletim do Ministério da Saúde mostra que há mais de 20 mil casos de SRAG ainda em investigação, aguardando o diagnóstico.

Fora de época

O rápido aumento das internações por problemas respiratórios aconteceu neste ano em uma época em que normalmente não há muitos casos. O normal é que os casos comecem a aumentar junto com o frio, no fim do outono e início do inverno. Não foi o que aconteceu em 2020.

“A chegada da Covid-19 ocorreu durante a estação do ano em que a atividade dos vírus respiratórios é, em geral, baixa”, afirmam os pesquisadores da Fiocruz. “Apenas em 2010 e 2016 a sazonalidade da SRAG ocorreu mais precocemente (no final do verão e outono) na maioria dos estados brasileiros, com predominância do vírus da Influenza A.”

A preocupação dos especialistas é que a situação se agrave no inverno, quando os outros vírus começam a causar internações por SRAG, o que pode causar uma sobrecarga ainda maior ao sistema de saúde.

“O aumento da hospitalização por SRAG tão precocemente em 2020 chama a atenção, uma vez que existe a tendência de aumento de casos entre o outono e o inverno, sobretudo nos estados de maior latitude [mais ao sul]”.

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