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Mundo EUA apontam para Pinochet em morte de ex-chanceler

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Pinochet, nos tempos terríveis da ditadura, mandou matar Letelier e encobrir o crime, segundo documentos cedidos pelo governos norte-americano. Foto: Cris Bouroncle/AFP

O ex-ditador chileno Augusto Pinochet ordenou o assassinato e o acobertamento do crime contra o ex-chanceler Orlando Letelier, morto em Washington, em 1976, segundo indicaram documentos tornados públicos pelos Estados Unidos, revelou nessa quinta-feira o filho do diplomata. Os papéis foram entregues pelos norte-americanos ao governo do Chile e proporcionaram, pela primeira vez, provas conclusivas de que o ex-general mandou assassinar Letelier.

Em um dos documentos entregues consta uma comunicação entre o secretário de Estado norte-americano, George Shultz (1982-1989), e a ditadura militar. Os papéis informam ainda que existe um documento conclusivo da CIA (a agência de inteligência dos Estados Unidos) sobre o assassinato, disse o filho do ex-chanceler, Juan Pablo Letelier, atual senador pelo Partido Socialista chileno. O norte-americanos entregaram nesta semana ao Chile 1 mil documentos publicados sobre o homicídio de Letelier, ocorrido em Washington no dia 21 de setembro de 1976, na explosão de uma bomba plantada no carro do diplomata. No veículo também se encontrava a secretária do chanceler, Ronni Moffit.

Assassinatos
Os dois assassinatos ocorreram no âmbito do chamado “Plano Condor”, concebido e aplicado na década 1970 pelas ditaduras militares do Cone Sul para coordenar o extermínio de opositores. Letelier foi chanceler do governo do presidente socialista Salvador Allende (1970-1973), derrubado pelo golpe militar, e seu crime é considerado como o primeiro ato terrorista ocorrido em solo norte-americano.

Os documentos foram entregues pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, à presidenta chilena Michelle Bachelet na conferência Nosso Oceano, que aconteceu nas últimas segunda-feira e terça-feira no Chile. Posteriormente, a governante passou os papéis ao filho do diplomata, que ainda não terminou de analisá-los. “Possivelmente, surgirão antecedentes de outros envolvidos que ainda estão vivos no Chile e que tenham participado não da ordem ou da execução do crime, mas de seu encobrimento”, afirmou Juan Pablo.

Além de demonstrar a responsabilidade de Pinochet, os documentos norte-americanos exporiam as ações posteriores por parte do ex-ditador Pinochet para encobrir o crime. O filho do ex-diplomata citou como um dos possíveis acobertadores da morte de seu pai o ex-guarda-costas do general e prefeito de Providencia, Cristián Labbé.
O parlamentar também elogiou o gesto dos Estados Unidos de revelar esses papéis que até então eram mantidos sob sigilo.

Violação dos direitos humanos
Pinochet, que morreu em 2006, nunca foi julgado por esse caso, mas a justiça conseguiu processá-lo por mais de 3,2 mil vítimas, entre mortos e desaparecidos, deixados por seu regime (1973-1990), assim como por corrupção.
Manuel Contreras, chefe da DINA, a temida polícia secreta da ditadura, também foi condenado a sete anos de prisão, assim como o general Pedro Espinosa. Contreras, considerado um dos maiores repressores chilenos, morreu em agosto do ano passado, cumprindo pena por violação dos direitos humanos, que superavam os 500 anos de cárcere.

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