Quarta-feira, 03 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de setembro de 2018
O atentado ao deputado federal Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência, foi o evento de maior repercussão imediata no Twitter desde a eleição de 2014, mostra relatório feito pelo DAPP/FGV (Diretoria de Análise de Políticas Públicas/Fundação Getulio Vargas) nesta sexta-feira. Nas primeiras 16 horas após o ataque, o assunto foi mencionado 3,2 milhões de vezes no Twitter, com picos de até 300 mil posts por hora na noite desta quinta-feira. Segundo o levantamento, 40,5% das interações duvidavam da veracidade do atentado, descrito frequentemente pelos usuários como “fake facada”.
Jair Bolsonaro foi esfaqueado por volta das 15h30, durante um ato de campanha em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. O autor foi preso e identificado como Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos. O ferimento atingiu a veia mesentérica, que leva sangue da cavidade abdominal para o intestino. Também provocou uma lesão grave no intestino grosso e três perfurações no intestino delgado, que foram suturadas durante cirurgia.
Segundo o DAPP, o pico de comentários ocorreu cerca de uma hora depois do ataque, às 16h40, quando foram registradas 11,8 mil postagens por minuto. A hashtag de maior mobilização é #forçabolsonaro, com 197,3 mil recorrências, seguida de #bolsonaropresidente17 (21,4 mil), #direitaunida (11,3 mil), #bolsonaro (10,1 mil) e #somostodosbolsonaro (6,2 mil).
De acordo com o relatório, apenas entre o ataque e as 9h desta sexta-feira foram registrados mais de 1,7 milhões de menções sobre o assunto, das quais cerca de 690 mil (40,5%) espalhavam versões falsas sobre o atentado. Nos tweets, os usuários duvidavam da veracidade do atentado e frequentemente se referiam a ele como “fake facada”.
Entre os tuítes de maior compartilhamento, permanecem em evidência publicações que abordam se, de fato, houve um ataque a Bolsonaro ou se o dano provocado pela facada foi grave como parece. São postagens que satirizam o candidato do PSL e atingiram mais de 20 mil retuítes desde quinta, mas não continuam com a mesma velocidade de repercussão.
Por outro lado, publicações falsas feitas por perfis associados à direita tiveram grande alcance nas redes sociais. O principal deles foi feito pelo pastor Silas Malafaia, apoiador da candidatura de Bolsonaro, no qual ele afirma que o agressor era militante do PT e assessor da campanha da ex-presidente Dilma Rousseff ao Senado. A publicação teve 2,5 mil retweets e 7,5 mil curtidas até o momento.
Repercussão internacional
Fora do Brasil, já são 48,4 mil tuítes em inglês sobre o ataque a Bolsonaro, provenientes principalmente dos Estados Unidos (14 mil). Em espanhol, somam-se 91,9 mil tuítes, originados sobretudo da Argentina (21,1 mil) e da Venezuela (16,5 mil).