Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de março de 2021
O atual presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, nega as acusações
Foto: Reprodução/TwitterTodos os presidentes de Honduras desde 2006, inclusive o atual, receberam subornos do cartel Los Cachiros em troca de proteção e de contratos governamentais para lavar dinheiro do narcotráfico, afirmou na quinta-feira (11) o ex-chefe do grupo criminoso Leonel Rivera.
Em um testemunho impactante na Corte Federal de Manhattan (EUA), Rivera contou que Los Cachiros entregaram a Hilda Hernández, irmã do presidente Juan Orlando Hernández, US$ 250 mil em dinheiro vivo em 2012, quando ele era congressista e candidato à presidência, em troca de proteção para que “não fossem nos capturar em Honduras”.
A propina visava ainda “que eu e meu irmão [Javier] não fôssemos extraditados aos Estados Unidos” e que o governo desse ao cartel “contratos para lavar dinheiro do narcotráfico”, disse Rivera.
Promotores de Nova York consideram o presidente de Honduras um “cúmplice” do suposto narcotraficante Geovanny Fuentes no tráfico de toneladas de cocaína para os EUA e garantem que ambos eram sócios. Hernández nega as acusações e não foi indiciado pela Justiça americana.
“Como acreditar nos falsos testemunhos de que fiz negócios com traficantes de drogas, quando foi comprovado que Los Cachiros buscaram um acordo com os Estados Unidos pela impossibilidade de o fazerem comigo. Eles vão morrer em uma prisão estrangeira, se a chave mágica não funcionar”, escreveu o presidente de Honduras no Twitter.
Rivera disse também que em 2014, quando Hernández já era presidente, deu US$ 50 mil em dinheiro ao seu irmão, Juan Antonio Hernández, o Tony, porque ele “prometeu contratos para a Inrimar”, empresa de fachada de Los Cachiros para lavar dinheiro.
Tony Hernández foi considerado culpado de tráfico de drogas em Nova York em 2019 e sua sentença está marcada para 23 de março.