Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Ex-freiras acusam um padre que atuava em Goiás de abuso sexual e lavagem cerebral

Compartilhe esta notícia:

Jean Rogers Rodrigo de Sousa, conhecido como padre Rodrigo Maria, atualmente responde pelo bispado da Ciudad del Este, no Paraguai. (Foto: Reprodução)

Um padre que atuava na comunidade católica na cidade de Anápolis (GO), a Arca de Maria, é acusado por ex-freiras de cometer abuso sexual e realizar “lavagem cerebral”. As primeiras denúncias surgiram em 2006 e ao menos 11 mulheres já relataram episódios de abuso. As informações são do jornal “Folha de S. Paulo”.

De acordo com os relatos, Jean Rogers Rodrigo de Sousa, de 44 anos, conhecido como padre Rodrigo Maria, investia sexualmente contra a vontade das ex-freiras sendo que, em alguns casos, o ato chegou a ser consumado. Padre Rodrigo também foi acusado de se masturbar numa conversa via Skype.

Atualmente, o padre responde pelo bispado da Ciudad del Este, no Paraguai, onde devem ficar concentrados os processos. Há denúncias de abusos cometidos em várias cidades. Em fevereiro, o monsenhor da cidade paraguaia emitiu um decreto proibindo o padre brasileiro de “exercer o ministério sacerdotal e vestir o hábito clerical”, enquanto estiver sendo investigado. No entanto, Rodrigo não tem seguido as recomendações.

Ao menos 11 mulheres relataram à Igreja Católica episódios de abuso em várias cidades, o que motivou a abertura de processos canônicos contra o clérigo. Mas a falta de um desfecho para o caso, 12 anos após a primeira queixa contra a Arca de Maria chegar ao conhecimento do Vaticano, leva o grupo a se perguntar por que tanta demora para punir um padre que, para todos os efeitos, ainda está livre para cooptar outras jovens.

A justiça eclesiástica prevê, como punição mais grave, demissão do estado clerical (o condenado não exerce mais o sacerdócio) e excomunhão. Para Flavia Piovesan, professora da PUC especializada em direitos humanos, a Igreja deve notificar um possível crime à Justiça comum quando o que se está em jogo é “o combate à impunidade desta grave violação”

“De acordo com a Constituição, nenhuma lesão a direito [da vítima] pode ser afastada da apreciação do Judiciário.” Padre Rodrigo pulou de diocese em diocese e hoje responde ao bispado de Ciudad del Este, no Paraguai. O padre Fabio Recalde Barúa, porta-voz da diocese paraguaia, confirmou que o padre está sendo julgado por “desobediência” e “numerosas e graves infrações de leis divinas e canônicas”.

A reportagem conversou com três ex-freiras da fundação de Rodrigo, duas delas que se dizem vítimas dele, e teve acesso a uma série de documentos sobre o caso. Um dos motivos pelo qual, dizem, não recorreram à Justiça comum: o medo de serem identificadas, pois as famílias muitas vezes não têm ideia do que aconteceu com as filhas.

Outro lado

Por telefone, Rodrigo se diz alvo “de calúnia há algum tempo, razão pela qual estou processando criminalmente 11 [mulheres que o acusam]”. Para ele, “quem tem feito as falsas acusações tem atrás de si interesses de organizações mais poderosas”, que “instrumentalizam essas pessoas, que possuem problemas de ordem psicológica”, para atingi-lo.

Cita “casos de homossexualidade” de duas irmãs que se voltaram contra ele. Diz Rodrigo que “enfrenta oposição dentro e fora da Igreja” por ser conservador. Em redes sociais, já manifestou simpatia por Jair Bolsonaro (PSL), pediu “uma Ave Maria para livrar o Brasil do comunismo” e atacou uma artista feminista que se despiu num santuário na França (“ou você faz parte da descendência de Maria ou você faz parte da descendência de Satanás”).

Qualquer um poderia ser vítima do “factoide” que lhe tentam imputar, afirma. “Qualquer pessoa pode mandar uma denúncia para Roma. Se disser que você é um alienígena querendo destruir a Igreja, pode mandar”. E o atual bispo de Ciudad del Este “não me conhece direito, não tem obrigação de crer em
mim”, mas ele irá provar sua inocência, diz. “Em pouco tempo”, segundo ele, “ficará claro que a acusação de abuso é caluniosa.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Dezenas de pessoas ficaram soterradas após tufão passar nas Filipinas
A Espanha quer restringir o foro especial para os políticos
https://www.osul.com.br/ex-freiras-acusam-padre-de-abuso-e-lavagem-cerebral-em-goias/ Ex-freiras acusam um padre que atuava em Goiás de abuso sexual e lavagem cerebral 2018-09-17
Deixe seu comentário
Pode te interessar