Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de outubro de 2015
O lobista ligado ao PMDB Fernando Soares, o Baiano, confirmou em sua delação premiada que o então ministro de Minas e Energia e atual senador Edison Lobão (PMDB-MA) ajudou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na suposta pressão para o deputado receber propina de empresas contratadas pela Petrobras.
O lobista contou que o ministro, em uma conversa, aconselhou o executivo Júlio Camargo, que representava os estaleiros Samsung e a Mitsui, a resolver sua questão com Cunha. A recomendação seria uma forma de evitar que o deputado, na cobrança de pagamentos, retaliasse as empresas usando requerimentos de informação sobre seus contratos.
O depoimento de Baiano reforça acusações de Camargo que citou o mesmo episódio envolvendo Lobão em suas declarações aos investigadores da Lava-Jato. Os trechos constam da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra Cunha por corrupção e lavagem de dinheiro.
Conforme o lobista do PMDB, dois deputados aliados de Cunha conseguiram aprovar requerimentos de informações sobre contratos da Petrobras com a Samsung e a Mitsui. Um deles era endereçado ao Ministério de Minas e Energia, à época comandado por Lobão.
Baiano confirmou que a manobra dos deputados serviria para pressionar Camargo a pagar dívida de 16 milhões de dólares com o lobista, referente a propina. Desse total, 5 milhões de dólares teriam sido repassados ao presidente da Câmara. (AE)