Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2021
Ex-chanceler foi convocado pela CPI da Covid na condição de testemunha
Foto: Jefferson Rudy/Agência SenadoO ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo afirmou nesta terça-feira (18), em depoimento na CPI da Covid, que o Itamaraty buscou ajuda no exterior para a importação de insumos da cloroquina a pedido do Ministério da Saúde.
“Em função de um pedido do Ministério da Saúde foi que nós procuramos ajudar a viabilizar uma importação de insumos para farmacêuticas brasileiras produzirem hidroxicloroquina”, disse Ernesto na comissão, que apura ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia de coronavírus e eventual desvio de verbas federais enviadas a Estados e municípios.
O ex-chanceler disse ainda que a importação “já estava contratada”, mas que a Índia “havia bloqueado as exportações”. “Já estava contratado, mas a Índia, justamente como havia uma procura mundial, não se sabia se a cloroquina teria uma procura ainda maior, havia bloqueado exportações”, afirmou.
Questionado pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), se houve participação do presidente Jair Bolsonaro, Ernesto respondeu: “Sim”.
“O presidente da República, em determinado momento, pediu que o Itamaraty viabilizasse um telefonema dele com o primeiro-ministro [da Índia]”, disse Ernesto. Ele declarou que, em março de 2020, “houve uma grande corrida aos insumos da hidroxicloroquina”.
“Naquele momento, em março, havia uma expectativa de que houvesse eficácia no uso da cloroquina para o tratamento da Covid, não só no Brasil. Havia notícias sobre isso em vários lugares do mundo. Houve uma grande corrida aos insumos da hidroxicloroquina e baixou precipitadamente o estoque de cloroquina”, disse o ex-chanceler.