Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de setembro de 2020
Defesa do ex-presidente divulgou nota afirmando estar surpreendida e que o MPF usa "o excesso de acusações frívolas e a repetição de acusações".
Foto: Antonio Cruz/ Agência BrasilA força-tarefa da Operação Lava-Jato no Paraná denunciou nesta segunda-feira (14) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, pelo crime de lavagem de dinheiro. O MPF (Ministério Público Federal) afirma que os acusados receberam R$ 4 milhões entre dezembro de 2013 e março de 2014 de forma ilícita.
Segundo o MPF, a prática do crime de lavagem de dinheiro era feita por meio de doações para dissimular o repasse. A denúncia afirma que os valores ilícitos foram repassados mediante quatro operações de doação simulada realizadas pelo Grupo Odebrecht em favor do Instituto Lula, cada uma no valor de R$ 1 milhão.
A ação ainda requer que Lula e Okamotto devolvam a suposta propina à Petrobras, a título de reparação de danos. “E-mails e planilhas apreendidos em buscas e apreensões realizadas em fases anteriores da operação Lava Jato e outras provas materiais corroboram os fatos criminosos, já confessados por Marcelo e Palocci, que optaram por colaborar com a Justiça para o esclarecimento da verdade”, afirmou o MPF.
Fundador do PT (Partido dos Trabalhadores) e 35º presidente do Brasil, Lula exerceu o cargo entre 1º de janeiro de 2003 a 1º de janeiro de 2011. Após a denúncia, a defesa do ex-presidente divulgou uma nota afirmando estar surpreendida e considera que o MPF usa “o excesso de acusações frívolas (overcharging) e a repetição de acusações” como táticas de lawfare.
“A defesa do ex-presidente Lula foi surpreendida por mais uma denúncia feita pela Lava-Jato de Curitiba sem qualquer materialidade e em clara prática de lawfare. A peça, também subscrita pelos procuradores que recentemente tiveram suas condutas em relação a Lula analisadas pelo CNMP após 42 adiamentos — e foram beneficiados pela prescrição —, busca criminalizar 4 doações lícitas feitas pela empresa Odebrecht ao Instituto Lula entre 2013 e 2014”, afirma a nota.