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Mundo Execuções e amputações voltarão a acontecer no Afeganistão, afirma ministro do novo governo talibã

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Talibã pediu que sejam devolvidos bens afegãos congelados. (Foto: Reprodução)

Execuções e amputações de membros voltarão a acontecer no Afeganistão como forma de punição, disse o ministro das Prisões do governo provisório do grupo fundamentalista Taibã, o mulá Nooruddin Turabi, a um repórter da agência de notícias Associated Press, em Cabul. Mas, diferentemente do que ocorria no primeiro governo talibã, entre 1996 e 2001, desta vez ainda não está certo se as punições ocorrerão em público.

“Cortar as mãos é muito necessário para a segurança”, disse Turabi, que também integrou o governo anterior do grupo. “Todos nos criticaram pelas punições nos estádios, mas nunca falamos nada sobre as leis e as punições em outros países. Ninguém vai nos dizer quais devem ser nossas leis. Seguiremos o Islã e faremos nossas leis com base no Alcorão.”

As declarações de Turabi, responsável pelo sistema penitenciário do país, foram condenadas pelos EUA, que concluíram, às pressas, a retirada de seus militares do Afeganistão em 30 de agosto, 15 dias depois de o Talibã tomar Cabul. O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, disse por telefone que as punições “constituem abusos flagrantes dos direitos humanos”.

“Permanecemos firmes com a comunidade internacional para responsabilizar os perpetradores desses abusos”, disse Price. “Estamos observando muito de perto, e não apenas ouvindo os anúncios que saem, mas observando atentamente como o Talibã se comporta.”

O anúncio deve dificultar a ambicionada meta do Talibã de obter reconhecimento internacional para seu governo. Na quarta-feira, em uma reunião às margens da Assembleia Geral da ONU, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança – EUA, China, Rússia, Reino Unido e França – afirmaram vão pressionar em conjunto o grupo para formar um governo “inclusivo” e que respeite os direitos das mulheres e minorias.

Há quem defenda, no Talibã, que tais sentenças com base nos supostos preceitos do Islã continuem a ser cumpridas publicamente. É o caso do delegado de Informação e Cultura da província de Kandahar, Noor Ahmed Sayed, que acredita em sua utilidade como terapia social.

“Quando você executa alguém na frente de todos, é para dar uma lição e você obtém resultados muito bons, porque todos veem o que pode acontecer com eles”, disse Sayed ao jornal El País, explicando calmamente: “Executar pessoas e esse tipo de coisa era algo raro. Tratava-se de pessoas que haviam cometido muitos assassinatos comprovados. Tudo isso aconteceu de acordo com a sharia [lei islâmica]. Se alguém mata alguém, deve ser morto. Mas a família do assassinado pode salvar sua vida”.

As execuções, em caso de homicídio, e amputação de membros de ladrões, transformadas de vez em quando em espetáculos bárbaros perante milhares de pessoas, são uma das memórias mais sombrias do primeiro governo talibã. Em alguns casos, elas foram realizadas em estádios de futebol como um prólogo dos jogos.

Sayed, que estima ter entre 40 e 42 anos, tem uma prótese na perna direita, que perdeu em combate quando ainda nem tinha 20 anos. Nas últimas duas décadas, ele acredita que o Afeganistão esteve cheio de “assassinos, bandidos ou ladrões”. Por isso, com um leve sorriso, diz que “temos que punir quem comete crimes. Se não o fizermos, o nível de criminalidade aumentará”. Para apoiar sua justificativa, ele faz uma referência à pena de morte nos EUA.

O próprio ministro Turabi perdeu uma perna e um olho em combate contra as tropas soviéticas na década de 1980. Ele diz que o atual governo promoveu avanços como permitir televisão, celulares, fotos ou vídeos. Além disso, disse, será permitido às mulheres atuar como juízas. As informações são do jornal El País e da agência de notícias Reuters.

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https://www.osul.com.br/execucoes-e-amputacoes-voltarao-a-acontecer-no-afeganistao-afirma-ministro-do-novo-governo-taliba/ Execuções e amputações voltarão a acontecer no Afeganistão, afirma ministro do novo governo talibã 2021-09-24
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