Quarta-feira, 14 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de novembro de 2022
Na reta final do governo Jair Bolsonaro, o Exército Brasileiro concluiu a escolha de sua nova viatura blindada de combate, o Centauro II. O Exército se prepara agora para assinar no dia 5 de dezembro o contrato de cerca de 900 milhões de euros (R$ 5 bilhões) para aquisição de 98 veículos, após realizar uma concorrência global.
Os novos blindados Centauro II são fabricados pelo consórcio italiano Iveco-Oto Melara (CIO), formado pelas empresas Iveco Veículos de Defesa e Leonardo. Esse modelo é considerado uma viatura “caça-tanques” no melhor padrão internacional da atualidade, de tração 8×8 com canhão 120 mm, de longo alcance, capaz de disparar munições especiais, como projéteis supersônicos. Era o de maior poder de fogo na disputa.
O novo blindado de cavalaria, com 30 toneladas, é operado por três tripulantes. Ele vai substituir os antigos blindados de reconhecimento Cascavel com canhão de 90 mm e equipar unidades do Exército de infantaria de ação rápida e de cavalaria mecanizada.
O blindado Centauro II de origem italiana superou as propostas finais de dois concorrentes, originados de veículos de transporte de tropas. Ambos tinham canhões de 105 mm. O segundo colocado foi o LAV-700 AG, produzido no Canadá pela norte-americana General Dynamics Land Systems (GDLS). O terceiro, o ST1-BR da chinesa Norinco.
A lista de classificação foi divulgada na última sexta (25), pela da Diretoria de Material do Comando Logístico do Exército. Conforme o órgão, o consórcio italiano será convocado para assinar o contrato inicial de entrega das amostras, em cerimônia no Quartel-General do Exército, em Brasília.
Atualmente, o Brasil também possui com a Iveco o desenvolvimento dos blindados Guarani, principalmente para transporte de pessoal, que são viaturas de tração 6×6 e com armamentos de menor alcance e poder de fogo, de 30 mm. Eles são fabricados no Brasil.
“Imoralidade”
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), chamou de “imoralidade” a decisão do Exército de comprar novos blindados, com gasto estimado em R$ 5 bilhões.
Em mensagem publicada na tarde dessa segunda (28) em seu perfil no Twitter, Gleisi afirmou que o governo eleito vai estudar o que pode ser feito a partir de janeiro de 2023, quando Luiz Inácio Lula da Silva assume a Presidência.
“5 bilhões! Esse é o valor que o Exército calcula gastar com 98 blindados no apagar das luzes do governo Bolsonaro. Uma imoralidade com a situação caótica das contas públicas e que passa o povo. Estudaremos o que pode ser feito a partir de janeiro. Lamentável”, afirmou a presidente do PT.
A reação de Gleisi ocorre no momento em que o governo eleito ainda mantém em aberto qual será o grupo técnico da Defesa da equipe de transição, que deverá ser a interface com o atual comando das Forças Armadas.