Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2021
Até o final de janeiro, quem visitar o Museu Julio de Castilhos (MJC), no Centro Histórico de Porto Alegre, encontrará a exposição intitulada “Tempo de Brincar… Brincar em Outro Tempo”. São diversos brinquedos em madeira, bichinhos de feltro e outras peças que faziam a alegria dos guris e gurias na década de 1960.
As peças pertenciam a crianças da família Zanini e foram recentemente doadas ao museu, formando assim a primeira coleção do gênero na instituição, a mais antiga do gênero em Porto Alegre.
Segundo a direção da casa, a proposta também representa um convite para que o público interaja experimentando antigas diversões infantis, como peteca, bola-de-gude, cinco-marias, jogo de botão. Dá até para pular “Amarelinha” no Jardim do museu, localizado na rua Duque de Caxias nº 1.205, próximo à Catedral Metropolitana.
Para interagir com as peças, os visitantes devem se registrar na recepção do museu, deixar um documento e solicitar um dos kits disponíveis. As brincadeiras só podem ser realizadas no jardim e as flores devem ser preservadas.
Para ser ainda mais divertido, o museu sugere que sejam publicadas fotos das atividades nas redes sociais, usando a #museujulio. A visitação pode ser ser feita das 10h às 17h – a instituição estará fechada neste domingo (10) e na segunda-feira (11), véspera do feriado de Nossa Senhora Aparecida e também Dia da Criança.
“Queremos ver pais e filhos se divertindo como acontecia em um tempo em que não havia jogos eletrônicos e tampouco celulares ao alcance de crianças de todas as idades. É um convite a uma interação que diverte, exercita o corpo e aproxima adultos e crianças”, ressalta a diretora do MJC, Doris Couto.
História
O Museu foi idealizado por Julio Prates de Castilhos e criado por decreto-lei em 30 de janeiro de 1903, pelo Presidente do Estado, Antônio Augusto Borges de Medeiros, que o denominou “Museu do Estado”.
Em 1907, passou a se chamar “Museu Julio de Castilhos”, em homenagem ao ex-presidente do Rio Grande do Sul, falecido em 1903.
Trata-se da primeira instituição museológica do Estado e, como era comum na época, seu acervo inicial abrangia artefatos indígenas, peças históricas, obras de arte, coleções de zoologia, botânica e mineralogia. Posteriormente, foram integradas peças doadas pelas autoridades municipais, coleções particulares e outros itens, incluindo documentos.
No início da década de 1950, com o avanço das ciências e da museologia, fez-se necessário constituir instituições específicas para cada área do conhecimento. Assim, foram criados o Museu de História Natural (atual Museu da Fundação Zoobotânica), o Museu de Arte (atual MARGS) e o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul.
Obras de arte, documentos e coleções zoológica, botânica e mineralógica foram transferidas do Museu Julio de Castilhos para essas novas instituições. Dessa forma, o MJC passou a se dedicar exclusivamente à guarda e conservação do acervo histórico de caráter regional.
Atualmente, são adotadas três vertentes para balizar a aquisição e doação de acervo: modo de vida, relações sociais de produção e história política do Rio Grande do Sul.
(Marcello Campos)