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Por Redação O Sul | 2 de julho de 2020
O Ministério Público Federal (MPF) ouviu, na tarde desta quinta-feira (2) o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz no Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio. O depoimento levou 2 horas e 30 minutos, aproximadamente.
Os procuradores buscam detalhes do suposto vazamento da Operação Furna da Onça para beneficiar Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Segundo o promotor Eduardo Benones, coordenador do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Federal, que ouviu o ex-assessor, o depoimento de Queiroz não nega que houve vazamento na operação.
Segundo informações da GloboNews, procuradores avaliaram que depoimento reforça suspeitas de vazamento.
O suposto vazamento foi denunciado pelo empresário Paulo Marinho, que apoiou Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral para a Presidência da República.
Queiroz está preso em Bangu desde 18 de junho. O depoimento desta quinta foi o segundo e Queiroz desde que ele foi preso em Atibaia, interior de São Paulo, na casa de Frederick Wassef, ex-advogado de Flavio Bolsonaro.
Na última segunda-feira (29), Queiroz foi ouvido pela Polícia Federal no Rio, no inquérito que também apura as denúncias de vazamento da Operação Furna da Onça.
Nesse depoimento, Queiroz disse que não teve informações privilegiadas de operações. Ele também contou aos investigadores que pediu para ser exonerado pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro, contrariando a tese de que foi demitido por que o parlamentar soube da operação de forma antecipada.
Fabrício Queiroz contou que seu desligamento do gabinete de Flávio Bolsonaro, na (Alerj), aconteceu porque ele queria da saúde e estava cansado de atuar como assessor político.
“Rachadinhas”
Queiroz está preso por suspeita de atrapalhar as investigações em outro caso, que apura o possível esquema de “rachadinhas” no gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro.
A Operação Furna da Onça teve como alvo parlamentares da Alerj e investigou o suposto pagamento de propina aos deputados, com valores mensais que variavam entre R$ 20 mil e R$ 100 mil – além de cargos – para votar de acordo com o interesse do governo. O esquema teria movimentado pelo menos R$ 54 milhões, segundo a PF.
Na denúncia apresentada pelo empresário Paulo Marinho, ex-aliado da família Bolsonaro, ele alegou que Flávio Bolsonaro foi avisado com antecedência sobre a investigação sigilosa, porque ela também iria atingir funcionários do gabinete dele na Alerj.
Foi durante a Furna da Onça que os investigadores chegaram ao nome de Queiroz, suspeito de administrar um esquema de”rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro.