Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 2 de julho de 2020
O pior momento da atividade econômica no País, causado pela pandemia do coronavírus, já passou e a retomada da atividade econômica, embora não seja linear em todos os setores, já começou.
O pior trimestre para a economia foi o segundo e a estimativa é que o Produto Interno Bruto (PIB), nesse período, tenha um encolhimento entre 10% e 11%.
Segundo Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, trata-se de uma forma alternativa de obter informações sobre a economia neste momento de pandemia de forma mais rápida.
O Idat cruza dados de consumo de energia pelas empresas e transações de gastos com cartão de crédito nos setores de bens e serviços. Em breve, o indicador também trará abordagens mais regionais da atividade econômica. O índice tem defasagem de dois a três dias.
“O uso de dados alternativas já acontece no ambiente das empresas, por conta da crise, permitindo análises com maior rapidez”, disse Mesquita durante apresentação do índice por teleconferência.
Segundo mostrou o Idat, o fundo do poço da atividade econômica no País aconteceu no dia 28 de março passado, quando o indicador registrou 55 pontos. Na primeira quinzena de março, quando começou a ser elaborado, o indicador tinha base 100.
Em abril, entretanto, o Idat já mostrou recuperação da economia, chegando a 66 pontos, em média. Em maio, subiu a 73 pontos e em junho chegou a 82 pontos.
“O indicador sinalizou que a recuperação econômica não é linear em todos os setores e o País ainda não voltou a níveis de atividade pré-pandemia”, disse a economista do Itaú, Julia Gottlieb.
Setores como supermercados e farmácias, por exemplo, mostraram aumento de gastos desde o início da pandemia, já que continuaram abertos, enquanto cinemas, shows, teatros foram mais impactados, por razões óbvias.
Mas à medida que a economia vem sendo reaberta, com relaxamento de medidas de isolamento social, há melhora da atividade econômica, mostra o indicador.
Mesquita observa que embora o fundo do poço já tenha passado, o risco para o segundo semestre é uma uma segunda onda de contaminação pelo novo coronavírus. Este não é o cenário básico do Itaú, mas o risco existe, diz o economista.
Ele afirmou que a recessão causa pela doença terá a característica de ser mais intensa pelo lado da produção do que da renda disponível. O Itaú estima uma recessão de 4,5% este ano.
Embora muitas pessoas tenham perdido o emprego, o auxílio emergencial de R$ 600 do governo, que foi prolongado por mais dois meses, além do início da liberação de recursos do FGTS, fazem a diferença neste momento.