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Geral “Facada nas costas”: saiba por que um pacto entre Estados Unidos e Austrália irritou os franceses

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O presidente da França, Emmanuel Macron, e o então primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull, no convés do HMAS Waller, um submarino da classe Collins operado pela Marinha Real da Austrália, em foto de 2 de maio de 2018 em Garden Island, Sydney. (Foto: Reprodução)

A França está oficialmente descontente e aborrecida com dois países historicamente considerados parceiros: os Estados Unidos e a Austrália. Para deixar isso claro, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, fez declarações fora do comum nesta quinta-feira (16), dizendo que o governo de Joe Biden, dos Estados Unidos, foi imprudente como o de seu antecessor, Donald Trump, e que seu país tomou uma facada nas costas por causa de um acordo fechado entre australianos e americanos.

A França foi além e cancelou um evento de gala que estava marcado para acontecer na embaixada dos Estados Unidos em Paris, em comemoração aos 240 anos de uma das batalhas da Guerra de Independência dos EUA, no século 18 (historicamente, os franceses foram os primeiros aliados dos americanos em sua luta para se libertar do Império Britânico).

As manifestações incisivas de descontentamento aconteceram por um motivo: os EUA fecharam um negócio com a Austrália para o desenvolvimento de um submarino movido por energia atômica, no contexto da criação de uma nova aliança internacional, que inclui também o Reino Unido, chamada Aukus.

O problema é que a França tinha um acordo para fornecer submarinos convencionais para a Austrália, e esperava receber bilhões de dólares com essa venda. E esse acordo foi abandonado pelos australianos, que deram preferência aos americanos.

“Essa decisão brutal, unilateral e imprevisível me lembra muito o que o Sr. Trump costumava fazer”, afirmou o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, à rádio France Info. “Estou com raiva e amargo. Isso não é feito entre aliados.”

“É uma facada nas costas. Criamos uma relação de confiança com a Austrália e essa confiança foi quebrada”, disse também Le Drian.

Como foi o anúncio do acordo entre EUA e Austrália?

Foi na quarta-feira que o presidente Joe Biden anunciou que fechou um negócio com a Austrália para o desenvolvimento de submarinos movidos por energia atômica.

Ao anunciar o acordo, na quarta-feira, Biden disse que a ideia era reforçar as alianças do país e, também, atualizar as prioridades estratégicas dos EUA. A Austrália fica perto da China, e ter uma parceria militar com os australianos é do interesse dos americanos.

Como era o negócio entre França e Austrália?

Os franceses estavam negociando a venda de submarinos da empresa estatal DCNS, com tecnologia deles (sem o reator nuclear) para a Austrália, e esperavam uma receita de até US$ 66 bilhões com esse contrato.

Os dois países iriam construir 12 submarinos convencionais, movidos a diesel e eletricidade. As embarcações estariam entre as maiores do mundo.

Esse contrato foi cancelado, anunciou a Austrália.

A Austrália já tinha desembolsado US$ 1,8 bilhão no projeto desde 2016. A expectativa era que em 2027 fosse entregue o primeiro submarino com tecnologia da DCNS.

Por que a Austrália não fechou o negócio com os EUA antes?

Esses submarinos são muito mais difíceis de serem detectados do que os tradicionais. Os submarinos nucleares podem ficar submersos durante meses, diferentemente dos tradicionais, que podem ficar debaixo d’água por no máximo algumas semanas.

Os propulsores do submarino têm reatores nucleares, mas, por acordo internacional, a Austrália não pode ter armas nucleares.

O primeiro-ministro do país, Scott Morrison, afirmou que em 2016, quando a Austrália começou a pesquisa para comprar submarinos, esse tipo de embarcação não estava disponível para venda (até o anúncio do acordo, os EUA só haviam compartilhado sua tecnologia com o Reino Unido).

Como a França reagiu?

O negócio dos americanos com os australianos foi uma decisão “unilateral, brutal e imprevisível”, disse o ministro de Relações Estrangeiras da França, Jean-Yves Le Drian.

Foi nesse contexto que Le Drian disse que o contrato dos EUA lembram as decisões irascíveis dos anos de Donald Trump e se trata de uma facada nas costas.

“Isso é algo que não se faz entre aliados”, disse Le Drian. Ele afirmou que a França não foi consultada sobre a parceria entre os americanos e os australianos. Segundo o jornal “The New York Times”, o governo Biden não avisou os franceses porque tinha percebido que isso iria deixá-los insatisfeitos. Os australianos que deveriam ter avisado os franceses, de acordo com a gestão de Biden.

Le Drian e a ministra das Forças Armadas da França, Florence Parly, disseram que a decisão dos americanos é lamentável e mostra falta de coerência.

A França também ficou irritada ao saber que o Reino Unido também participou do negócio – os britânicos têm falado de uma estratégia do “Reino Unido Global”, e os franceses suspeitam que isso implica a formação de uma aliança informal de países anglófonos. As informações são do portal de notícias G1.

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