Quarta-feira, 17 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de outubro de 2020
Um relatório do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da FAB (Força Aérea Brasileira), aponta que várias falhas de manutenção levaram à queda do helicóptero que vitimou o jornalista Ricardo Boechat, aos 66 anos, em fevereiro de 2019. No acidente, também o morreu o piloto da aeronave Ronaldo Quattrucci, de 56 anos.
De acordo com a Cenipa, as atitudes do piloto, que também era dono do helicóptero, contribuíram para a tragédia. O relatório aponta que Quattrucci não verificou o funcionamento dos instrumentos de bordo antes da decolagem e tomou decisões erradas durante o voo. Na ocasião, o helicóptero caiu na Rodovia Anhanguera, em São Paulo, colidiu com um caminhão que passava pela via e explodiu em seguida.
O relatório destaca, sobretudo, falhas no compressor da aeronave, que estava com peças vencidas. Desde 1988, não houve qualquer atualização ou troca completa do equipamento. O tubo de distribuição do óleo também não foi trocado conforme o calendário previsto.
Além disso, a investigação identificou o desgaste anormal de algumas peças. Por isso, houve sobrecarga da aeronave e o rompimento do eixo de ligação do rotor da cauda na hora da queda.
Contudo, o piloto obteve a aprovação técnica pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em agosto de 2017. Mas tanto o profissional quanto o helicóptero não tinham autorização para fazer voos de táxi aéreo sob pagamento.
Carreira
Filho de diplomata, Ricardo Eugênio Boechat nasceu em 13 de julho de 1952, em Buenos Aires, na Argentina.
O jornalista era apresentador do Jornal da Band, da rádio BandNews FM e colunista da revista “IstoÉ” quando morreu no acidente aéreo.
Ao longo de 49 anos de carreira, iniciada no começo da década de 1970, Boechat escreveu em jornais como “Diário de Notícias”, “O Globo”, “Jornal do Brasil”, “O Estado de S. Paulo” e “O Dia”.
De 1990 a 2001, Boechat fez parte da equipe do “Bom Dia Brasil”, da TV Globo, com uma coluna diária marcada pelo seu humor ácido e pela sua irreverência. Na emissora, ele também esteve no “Jornal da Globo”.
Foi ainda diretor de jornalismo da Band e teve passagem pelo SBT. Boechat ganhou três vezes o Prêmio Esso, um dos principais do jornalismo brasileiro. As informações são do jornal O Globo e do portal de notícias G1.