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Mundo Fechamento de consulado, guerra comercial, disputa tecnológica e questões humanitárias fazem parte da disputa entre as duas maiores potências econômicas do mundo

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EUA dizem que ações causam instabilidade na região, e chineses respondem que ações americanas violam sua soberania. (Foto: Reprodução)

A tensão entre Estados Unidos e China aumenta a cada semana em uma disputa que envolve aspectos econômicos, financeiros, políticos, tecnológicos e militares. As duas maiores potências econômicas do mundo têm disputado o protagonismo em quase todas as questões em pauta no cenário internacional. Nesta semana, a determinação do fechamento do consulado da China no Texas e a represália ordenando o fechamento do consulado americano na metrópole de Chengdu levou o conflito a outro patamar.

O cenário que leva às disputas tem diversas causas. Desde a guerra comercial travada por Donald Trump e Xi Jinping até a denúncia de espionagem chinesa em solo americano, feita na quinta-feira (23), pelo secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo. Questões humanitárias envolvendo a repressão a liberdades individuais em Hong Kong e a perseguição de minorias muçulmanas na China também pesam. E, como pano de fundo, a disputa por quem terá o domínio das principais tecnologias do futuro.

De acordo com o ex-embaixador do Brasil nos EUA Sérgio Amaral, a questão entre EUA e China deve plasmar toda a organização do período pós-coronavírus em áreas que vão do desenvolvimento tecnológico às parcerias comerciais. “Na medida em que os dois principais pólos do eixo de poder possam assumir formas de confronto, de hostilidade, isso vai levar a uma disputa pela conquista de áreas de influência e de aliados ou adversários”, disse.

Confira abaixo alguns pontos do conflito:

Fechamento de consulados

A China ordenou o fechamento do consulado americano em Chengdu, cidade localizada no sudoeste do país, em retaliação aos EUA pelo fechamento da representação diplomática chinesa em Houston dois dias antes. A medida chinesa foi tomada horas depois de o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acusar o consulado chinês no Texas de ser um “centro de espionagem”.

Por meio de um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que a medida é “uma resposta legítima e necessária às medidas irracionais dos Estados Unidos”. Pelo lado americano, a justificativa apontada para o fechamento do centro diplomático chinês foi a “proteção da propriedade intelectual americana e as informações privadas dos americanos”, nas palavras de Morgan Ortagus, porta-voz da Secretaria de Estado. O governo americano declarou que “a China se envolve há anos em operações ilegais de espionagem nos Estados Unidos contra funcionários do governo dos EUA e cidadãos americanos”.

Denúncia de espionagem

Antes do fechamento do consulado chinês em território americano, contudo, os EUA denunciaram dois cidadãos chineses por espionagem. Li Xiaoyu, de 34 anos, e Dong Jiazhi, de 33, teriam feito ciberataques a empresas americanas roubando segredos industriais avaliados em milhares de dólares ao longo de dez anos. Mais recentemente, os dois cidadãos – que são apontados como “hackers que trabalham para o Ministério chinês de Segurança” – teriam tentado roubar informações sobre uma vacina em desenvolvimento contra a Covid-19. As autoridades chinesas classificaram como “calúnias” as acusações.

A denúncia provocou uma subida de tom nas declarações da cúpula do governo de Trump. Pompeo reafirmou a denúncia de espionagem chinesa durante um pronunciamento na Califórnia na quinta (23). E ainda atacou o regime chinês, o qual taxou de ‘autoritário’, ‘agressivo’ e ‘hostil’. “Se o mundo livre não muda a China comunista, a China comunista nos mudará”, disse o secretário.

Eleições americanas

Para analistas e observadores internacionais, o presidente Donald Trump também busca projeção eleitoral na disputa com a China. “O Trump vai tornar essa questão da China a principal arma dele contra Joe Biden. Isso vai continuar e se agravar daqui a novembro”, afirmou Rubens Ricupero, o ex-embaixador nos EUA.

Segundo o diplomata, a maior parte da opinião pública americana tem antipatia com a China por distintas razões, de modo que abordar esse assunto de forma dura pode trazer ganhos eleitorais. As pesquisas mais recentes mostram Trump atrás de Biden em até 14 pontos, conforme uma investigação recente do New York Times/Sienna College. Pesam contra o atual presidente uma gestão confusa da pandemia do novo coronavírus e a crise econômica que afeta os EUA, o país com mais casos e mortes decorrentes da Covid-19.

Guerra comercial

Uma das principais frentes da disputa entreocorre na esfera econômica. A chamada “guerra comercial” começou em janeiro de 2018, quando Trump começou a impor tarifas extras para a entrada de produtos chineses nos EUA. Após a taxação de diversos produtos, o governo de Xi Jinping respondeu na mesma medida, impondo tarifas a produtos americanos em abril do mesmo ano.

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