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Mundo Fenômeno já presente no Brasil e nos Estados Unidos, rejeição entre evangélicos une Lula e Joe Biden

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Pautas de costumes, como legalização do aborto e descriminalização das drogas, são as que mais mobilizam os evangélicos lá e cá.(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Um alinhamento do segmento evangélico com a direita tem colocado em situações políticas semelhantes os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Joe Biden. Por lá, o americano é rejeitado por 86% dos brancos evangélicos, ante reprovação de 62% na análise geral da população, segundo pesquisa do Pew Research Center.

Aqui, a pesquisa Quaest mais recente, que foi a campo em fevereiro, mostrou que o trabalho de Lula tinha 62% de reprovação entre os religiosos, 16 pontos a mais do que a média total. O resultado alertou o governo brasileiro para a necessidade de atrair essa fatia da população, e esta semana o Planalto lançará a campanha Fé no Brasil, que, com direito a menção religiosa no nome, concentra-se em divulgar feitos da gestão petista.

Pautas de costumes, como legalização do aborto e descriminalização das drogas, são as que mais mobilizam os evangélicos lá e cá. Quando Lula comandou o Brasil entre 2003 e 2010, os institutos sequer incluíam o recorte religioso nas pesquisas de avaliação do governo. Cada vez mais relevantes em números e no grau de engajamento político, hoje evangélicos são um desafio maior para o petista do que naquele primeiro momento, segundo pesquisadores.

Fenômeno crescente

Na América Latina, Lula também não está só: a ascensão evangélica e a simbiose com a política é um fenômeno crescente. Segundo dados do Latinobarómetro, o percentual de pessoas que se identificam como adeptas dos diferentes segmentos evangélicos passou de 3,5% em 1995 para 19,7% em 2021 no agregado dos países. Um crescimento que, junto com o aumento dos que se declaram sem religião, vem reduzindo o ainda presente domínio católico. Na avaliação de especialistas, isso faz com que, cada vez mais, a instrumentalização da fé seja usada em campanhas eleitorais como acessório de algo maior: a cooperação internacional da extrema direita.

“Junto com o crescimento desses grupos, em boa parte vemos um alinhamento desses evangélicos com uma política de direita radical. E isso existe por conta de uma influência muito forte dos evangélicos dos Estados Unidos, que têm uma teologia de direita radical e uma ação política que vêm de muito mais tempo, uma aliança com políticos e facções do Partido Republicano”, aponta o cientista político Vinicius do Valle, diretor do Observatório Evangélico.

Apesar de os dados detalhados de segmentos religiosos do Censo 2022 ainda não terem sido divulgados, o Datafolha estima que os evangélicos sejam mais de 30% do país. Quando Lula assumiu, em 2003, eram menos de 20%.

Aborto

CEO do Ipec e do antigo Ibope, Márcia Cavallari diz que o recorte religioso começou a ser verificado nas eleições presidenciais de 2014 em função do debate que surgiu na campanha sobre o aborto. “De lá para cá, a religião foi se tornando uma variável cada vez mais relevante na análise dos resultados das pesquisas eleitorais e de opinião”, frisa.

Além da mudança quantitativa no Brasil, os evangélicos passaram a intensificar o processo de organização, destaca Vinicius do Valle, que também é autor do livro “Entre a Religião e o Lulismo”. Perceberam que têm força política e foram, aos poucos, aprimorando essa atuação. Mesmo com divergências internas, conseguiram passar uma imagem de coesão a nível nacional.

“O PT estava acostumado com um mundo evangélico menor e menos articulado nos primeiros governos. Está tomando agora um vareio, apanhando muito por não conseguir fazer essa política”, avalia Valle. A estratégia petista para ganhar a confiança costuma se concentrar nas políticas públicas tradicionais da área social, explica o pesquisador.

A coordenadora do Instituto de Estudos da Religião (Iser), Ana Carolina Evangelista, considera positivo o movimento de focar em políticas públicas, como a campanha Fé no Brasil. Nessa linha, destaca que é perigoso achar que o evangélico se porta na opinião pública apenas de acordo com a fé ou que o conservadorismo religioso está apartado de um movimento político maior.

Nos Estados Unidos, a diferença costuma ser marcante entre a avaliação geral dos presidentes e as registradas em segmentos religiosos — sobretudo quando é feito o recorte “brancos evangélicos”, parcela conservadora, ou “protestantes negros”, fiéis ao Partido Democrata. Em levantamento de março do Pew Center, Biden tem reprovação total de 62%, mas o número salta para 86% na leitura por brancos evangélicos e é de apenas 32% nos protestantes negros. As informações são do jornal O Globo.

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