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Brasil O filho de um ministro do Tribunal de Contas da União é alvo de uma operação da Polícia Federal contra fraudes no Ministério do Trabalho

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Policiais federais cumpriram 16 mandados de busca e apreensão e nove de prisão temporária em Brasília, Goiânia, Anápolis, São Paulo e Londrina. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

A PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã desta terça-feira (18), a quarta fase da Operação Registro Espúrio, que investiga fraudes no Ministério do Trabalho. Essa etapa apura possível restituição fraudulenta, a entidades sindicais, de contribuições recolhidas pelo governo. O prejuízo aos cofres públicos chega a R$ 9 milhões, conforme a PF.

Entre os investigados, está o advogado Tiago Cedraz, filho do ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Aroldo Cedraz. Ele é ligado ao partido Solidariedade, uma das legendas com influência na Secretaria de Relações do Trabalho, que cuida desses repasses. Um sócio dele, Bruno de Carvalho Galiano, foi preso.

Ao todo, os policiais federais cumpriram 16 mandados de busca e apreensão e nove de prisão temporária em Brasília (DF), Goiânia (GO), Anápolis (GO), São Paulo (SP) e Londrina (PR). As ordens judiciais foram expedidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Um pedido de prisão contra Tiago Cedraz foi apresentado pela PF, mas não foi aceito pelo relator do caso no Supremo, ministro Edson Fachin. No entanto, mandados de busca e apreensão foram cumpridos na residência e no escritório dele.

Os pedidos de restituição, segundo a PF, eram manipulados pelo grupo com o intuito de adquirir direito a créditos, conforme também apontou o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União. “Os valores eram transferidos da Conta Especial Emprego e Salário (CEES), do ministério, para as contas bancárias das entidades, com posterior repasse de um percentual para os servidores públicos e advogados integrantes do esquema”, informou a PF.

As investigações se basearam em depoimentos do ex-coordenador de Registro Sindical Renato Araújo, que decidiu colaborar com a PF depois de preso, em maio. Segundo o inquérito, Tiago e o sócio se valeram da influência no ministério para manipular processo de restituição de R$ 2,7 milhões à Confederação dos Servidores Públicos do Brasil.

“De forma meticulosa, os dois advogados aderiram à organização criminosa com o objetivo de obter favorecimentos em pedidos de restituição de registro sindical. Tudo indica, inclusive, que Tiago Cedraz e Bruno Galiano almejam amealhar valores bem maiores, com patrocínio de pleitos em nomes de centrais sindicais”, sustentou a PF. Os investigadores dizem que Tiago Cedraz e o sócio participaram, no ano passado, de um grupo de trabalho nomeado pelo então ministro Ronaldo Nogueira para estudar alterações na portaria que disciplina as restituições. Eles representavam centrais.

Em abril deste ano, um novo colegiado foi constituído pelo então titular da pasta, Helton Yomura, mas sem representantes dessas entidades, o que os teria desagradado. Diante disso, um grupo informal teria sido criado pelos investigados para tentar influenciar as decisões. Galiano era um dos integrantes e, embora não fosse dos quadros do ministério, circulava livremente pela pasta, usando, inclusive, o elevador de uso privativo de autoridades. Imagens do circuito interno de TV do ministério mostram ele em uma reunião em 23 de maio deste ano.

O encontro seria para elaborar uma minuta da nova portaria a ser editada pelo ministério, atendendo aos interesses do grupo. O documento saiu nos dias seguintes, foi enviado ao então secretário substituto de Relações do Trabalho, Luís Carlos Silva Barbosa, e registrado internamente como oficial. Araújo o descreveu em seus depoimentos como um secretário “fake”, que apenas cumpria ordens de integrantes da organização investigada.

A Registro Espúrio foi deflagrada em 31 de maio. Para a PF, é “inegável a associação de Tiago Cedraz e Galiano” a servidores do ministério ligados ao deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força – presidente nacional do Solidariedade – para a elaborar documento “que atendesse aos seus interesses pessoais, bem como para viabilizar o levantamento de vultosos valores depositados na CEES”. Os investigados são suspeitos de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, falsificação de documento público e lavagem de dinheiro.

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