Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 22 de outubro de 2020
O empresário Pedro Arthur Ferreira Rodrigues, filho e suplente do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), que vai assumir a vaga do pai no Senado após ele ter sido afastado por ser flagrado com mais de 30 mil reais escondidos na cueca, tem uma dívida de R$ 1,1 milhão com a União, segundo dados da lista de devedores da PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional).
Constam nos registros da PGFN quatro dívidas da pessoa física de Pedro Rodrigues, que totalizam esse valor. Além disso, uma das empresas da qual ele é sócio-administrador, a San Sebastian Construções, tem dívida de aproximadamente R$ 500 mil com a União, de acordo com os mesmos registros.
Por envolver sigilo fiscal, os dados da PGFN não apresentam detalhes sobre essas dívidas, que se referem à cobrança de tributos federais, seja por conta de autuações fiscais ou pela ausência do pagamento dos tributos devidos.
Nas eleições de 2018, Pedro Rodrigues declarou à Justiça Eleitoral possuir bens no valor de R$ 70 mil: um sítio no valor de R$ 20 mil e participações societárias em duas empresas, correspondendo a R$ 25 mil cada.
Pedro Rodrigues não é alvo da investigação em tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal) que mira o seu pai, sob suspeita de desvios em recursos da saúde destinados ao combate ao Covid-19. Chico Rodrigues, que era vice-líder do governo Bolsonaro no Senado, foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal na semana passada, quando os investigadores encontraram dinheiro escondido entre suas nádegas e dentro da sua cueca.
Durante as buscas na residência do senador, a PF chegou a abrir um cofre no quarto de Pedro Rodrigues, mas não encontrou nenhuma irregularidade.
Após o caso, o ministro do STF Luís Roberto Barroso determinou o afastamento de Chico Rodrigues do seu mandato. Com a ordem do Supremo e a pressão de aliados, Chico Rodrigues pediu licença do cargo por 121 dias. Isso abriu caminho para que seu filho, primeiro suplente, assumisse o mandato de senador.
O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, senador Jayme Campos (DEM-MT), afirmou que a decisão de Chico Rodrigues de se licenciar do mandato por 121 dias foi acertada, pois assim ele poderá se defender. O presidente do conselho garantiu ainda que esse afastamento não vai atrapalhar o andamento dos trabalhos.
“A representação contra Chico Rodrigues foi encaminhada à Advocacia do Senado. Aí vamos depois analisar e escolher o relator, por meio de sorteio, para que o senador tenha direito a ampla defesa”, explicou.
A representação no Conselho de Ética do Senado foi apresentada pelos partidos Cidadania e Rede Sustentabilidade, que pedem a cassação do mandato do senador. As informações são do jornal O Globo e da Agência Senado.