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Brasil Fiocruz diz que uma terceira onda de coronavírus pode ser ainda mais grave

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O total de mortes registradas em 24 horas foi impactado por dados acumulados da véspera no Rio de Janeiro. (Foto: Reprodução)

O Brasil registrou uma “ligeira redução” nas taxas de mortalidade pela covid-19 nas últimas duas semanas, mas a incidência de casos se mantém elevada, assim como os valores de positividade dos testes para diagnóstico da doença. As informações são do mais recente boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (13).

Segundo a Fiocruz, na semana entre 2 e 8 de maio, também se observou uma redução da ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a doença em grande parte dos Estados.

No entanto, os pesquisadores afirmam que o conjunto de indicadores que vêm sendo monitorados pelo Observatório Covid-19 mostram que ainda há uma intensa circulação do vírus no País. “A pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo das próximas semanas, além de dar oportunidade para o surgimento de novas variantes do vírus devido à intensidade da transmissão”, informa o boletim.

“O número de casos continua estável e o índice de positividade dos testes muito alto: isso significa que tem muita gente se infectando e isso pode produzir casos graves. Esses são os indicadores mais precoces, que mostram que o vírus continua circulando com muita intensidade, e esse pode permanecer como um novo platô”, explica o sanitarista Christovam Barcellos, membro do Observatório Covid-19 da Fiocruz.

Apesar da ligeira redução nos indicadores de criticidade da pandemia, a manutenção de um alto patamar exige que sejam mantidos os cuidados de prevenção contra o coronavírus, afirmam os pesquisadores da Fiocruz. “Uma terceira onda agora, com taxas ainda tão elevadas, pode representar uma crise sanitária ainda mais grave”, alertam os autores do boletim.

A epidemiologista Carla Domingues, que foi coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) até outubro de 2019, explica que o avanço da covid-19 ocorre em ciclos, e que, segundo estatísticas nacionais recentes, parece ter chegado no pico e está diminuindo, mas em ritmo lento.

Ela também alerta para o risco de uma terceira onda se a vacinação não avançar e “as pessoas continuarem não respeitando o distanciamento social”:

“Por enquanto, ainda não vemos na população geral o impacto da vacinação, só nos idosos. Vamos entrar no inverno e temos que lembrar que os picos na Europa e nos EUA começaram nessa estação. Podemos ter uma terceira onda, e se a gente não conseguir acelerar a vacinação, vamos ter uma situação mais grave, porque ainda estamos em um nível muito elevado”, afirma.

Ela avalia que o Brasil deveria ter, no mínimo, todos os idosos e pessoas com comorbidade imunizados quando começasse o inverno. E faz uma comparação com a primeira onda da doença no País:

“Tivemos uma desaceleração mas nunca chegou lá embaixo, no meio da curva voltou a subir. E possivelmente vamos ter a mesma tendência agora. Chegamos no pico mais alto ainda, vai descer, mas não chegar na ponta da curva, o que pode fazer ter um (próximo) pico mais alto ainda”, explica a epidemiologista.

Ocupação em UTIs

Segundo a Fiocruz, entre os dias 3 e 10 de maio, as taxas de ocupação de leitos de UTI covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) apresentaram quedas “relevantes” na região Norte, com o Acre e o Amazonas deixando a zona de alerta.

No Sudeste, Minas Gerais e Espírito Santo também saíram da zona de alerta crítico. O Rio de Janeiro, que entrou na zona crítica um pouco mais tarde do que os outros Estados da região nessa fase recente da pandemia, agora é o único que permanece nela.

No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e o Distrito Federal apresentaram quedas no indicador e Mato Grosso deixou a zona de alerta crítico. O Nordeste manteve “relativa estabilidade”, com alguma melhora na ocupação de leitos no Maranhão e Ceará e permanência de cinco estados com taxas de 90% ou mais.

Na Região Sul, o Rio Grande do Sul manteve a tendência de queda, diferente dos outros Estados, que continuaram com taxas de ocupação superiores a 90%.

Sete Estados ainda encontram-se com taxas de ocupação iguais ou superiores a 90%: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe, Paraná e Santa Catarina. E a mesma ocupação elevada foi observada em sete capitais: Porto Velho (92%), Teresina (96%), Natal (92%), Aracaju (99%), Rio de Janeiro (93%), Curitiba (92%) e Goiânia (92%).

Taxas de letalidade

De acordo com o boletim, entre os dias 2 e 8 de maio foram registrados valores ainda altos de óbitos por covid-19, próximos à marca de 2,1 mil mortes diárias. E foram notificados no País uma média de 61 mil casos diários.

Também foi observada uma pequena queda nas taxas de letalidade, que estavam na faixa de 2% no fim de 2020, chegando a um valor máximo de 4,5% em meados de março e caindo para 3,5% de 2 a 8 de maio. Segundo os autores, isso pode indicar um pequeno aumento da capacidade dos serviços de saúde no diagnóstico por meio de testes e tratamento hospitalar dos casos graves da doença.

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