Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 23 de novembro de 2016
O Júri do bancário Ricardo Neis, acusado pelo atropelamento de 17 ciclistas há cinco anos, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, começou às 10h30min dessa quarta-feira (23), logo depois do sorteio dos sete jurados que compõem o Conselho de Sentença.
A sessão, presidida pelo Juiz de Direito Maurício Ramires, titular do 2º Juizado da 1ª Vara do Júri da Capital, começou com a oitiva de 10 vítimas. O primeiro a falar foi Ricardo Iglesias, que relatou o que houve naquele dia 25 de fevereiro de 2011. Segundo a vítima, o motorista estava exaltado com o grupo de ciclistas Massa Crítica. “Eu estava atrás do grupo e quando vi minha bicicleta voou e eu dei de cabeça no para-brisa do carro dele. Tentei me segurar no capô. Minhas pernas foram para o lado e acordei alguns minutos depois”, relatou.
Os promotores de Justiça Eugênio Paes Amorim e Lúcia Helena de Lima Callegari mostraram fotos e filmagens do atropelamento para indagar a vítima se o motorista Ricardo Neis poderia ter desviado do grupo, dobrando em outras ruas. Receberam resposta positiva.
A acusação também perguntou se o ciclista havia presenciado alguma discussão anteriormente ao atropelamento, o que foi negado por Ricardo Iglesias. O advogado de defesa do réu, Manoel Pedro Silveira Castanheira, questionou sobre as sequelas físicas da vítima, que disse ter problemas de artrite e respiratórios.
O segundo ciclista a ser ouvido sofreu lesão corporal e contou que o réu chegou a bater de leve em um ciclista. “Ele estava muito brabo, quando vi tinha um monte de bicicleta voando. Foi uma atrocidade”.
O defensor perguntou para a vítima se o objetivo do grupo Massa Crítica tinha intenção de trancar a rua. O ciclista afirmou que temporariamente, sim, para lutar por melhores condições para bicicletas e pedestres no trânsito. O julgamento poderá ter continuidade nesta quinta-feira (24).
Acompanhe o julgamento pelo Twitter: https://twitter.com/tjrsaovivo.