Sexta-feira, 23 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2022
Fontes que atuam na investigação sobre a morte do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips avaliam que, até agora, a versão mais plausível para os assassinatos é a de que Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”, perseguiu a lancha em que as duas vítimas estavam. Atirou contra eles, o barco ficou desgovernado e acabou entrando na mata às margens do rio Itaquaí. Amarildo e mais um suspeito teriam ido então até o barco e terminado de executar Pereira e Phillips.
Essa avaliação foi feita após o depoimento de testemunhas e do próprio Amarildo, após ele ser preso. Ele, no entanto, afirma que não atirou contra o barco do indigenista e do jornalista, mas, sim, outra pessoa.
Amarildo alega que houve troca de tiros com Bruno Pereira e também afirma que um outro homem teria ajudado a queimar e a enterrar os corpos na mata. Teria sido usada uma espingarda calibre 16, mas a perícia ainda vai ter que atestar se de fato foi usada essa arma – e se os corpos são mesmo de Bruno Pereira e Dom Phillips.
Há diferentes linhas de investigação. Uma seria uma rixa dos pescadores ilegais com Bruno Pereira. A rixa teria sido causada porque Bruno estava fazendo o seu trabalho na região, mas, para os pescadores ilegais, ele estava tirando o sustento das pessoas que estão atuando de forma ilegal, fora da lei. Então seria uma vingança com alvo certo, que seria Bruno. Mas Dom Phillips estava junto, então os policiais acreditam que os criminosos não mediram esse fator na repercussão.
A segunda linha de investigação é a seguinte: “Tem um mandante? Tem alguém maior, alguém que foi lá e pagou?”. Ainda não há conclusão, nem previsão para a investigação ser concluída.
Na quarta-feira (15), o superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Alexandre Fontes, afirmou que Amarildo da Costa Oliveira confessou ter assassinado Bruno e Dom. Restos mortais foram encontrados enterrados no local indicado por Amarildo.
A Polícia Federal divulgou na noite desta quinta-feira (16) que não achou o barco onde estavam o indigenista licenciado da Funai Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips.
O comunicado da equipe de buscas da PF acrescentou, no entanto, que o exame de amostras de sangue que estavam no barco de Pelado descartaram que o material pudesse ser de Dom. Em relação a Bruno, o exame foi inconclusivo, segundo a polícia, e seriam necessários exames complementares.
Avião
O avião da PF (Polícia Federal) que transportou os remanescentes humanos encontrados durante as buscas por Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips pousou, por volta das 18h30min desta quinta-feira (16), no Aeroporto de Brasília (DF). O material foi levado para o Instituto Nacional de Criminalística, onde será periciado para confirmação da identidade.
As investigações continuam para apuração da suposta participação de mais pessoas no desaparecimento e para encontrar o barco utilizado pelos suspeitos para executar o crime.
O indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, correspondente do jornal The Guardian no Brasil estavam desaparecidos desde 5 de junho, na região do Vale do Javari, no oeste do Amazonas.
De acordo com a coordenação da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Bruno Pereira e Dom Phillips chegaram no último dia 3 no Lago do Jaburu, nas proximidades do rio Ituí, para que o jornalista visitasse o local e fizesse entrevistas com indígenas.
Segundo a Unijava, já no dia 5, os dois deveriam retornar para a cidade de Atalaia do Norte, após parada na comunidade São Rafael, para que o indigenista fizesse uma reunião com uma pessoa da comunidade apelidado de Churrasco. No mesmo dia, uma equipe de busca da Unijava saiu de Atalaia do Norte em busca de Bruno e Dom, mas não os encontrou e eles foram dados como desaparecidos. As informações são do portal de notícias G1, do jornal O Globo e da Agência Brasil.