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TV Fora do ar há quase dois anos, “Chaves” enfrenta, nos bastidores, disputa entre Televisa, herdeiros e viúva de Roberto Gómez Bolaños

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Seriado mexicano que se tornou um clássico das TVs abertas na América Latina tem a propriedade dividida entre a emissora mexicana, dona das fitas, e o Grupo Chespirito. (Foto: Divulgação)

“O que que foi, o que que foi, o que que há?”, questionaria o Seu Madruga. Os seriados “Chaves” e “Chapolin” completaram 50 anos neste mês, mas o momento não inspira comemorações. Afinal de contas, desde 31 de julho de 2020 não é possível assistir a nenhum episódio, seja na televisão, no streaming ou no YouTube. O motivo é uma disputa entre a Televisa, dona das fitas dos episódios, e o Grupo Chespirito, comandado por Roberto Gómez Fernández, que detém os direitos autorais da obra.

“Minha família e eu simplesmente não concordamos com a Televisa na questão dos direitos de transmissão dos programas. Como qualquer negociação, cada parte tem uma posição diferente. Felizmente, há uma vontade de ambos os lados para chegar a um acordo”, diz Fernández, um dos filhos de Roberto Gómez Bolaños (1929-2014), criador dos seriados e intérprete de “Chaves” e “Chapolin”.

O caso ainda tem um componente de disputa familiar. No último dia 14, a atriz Florinda Meza, intéprete da Dona Florinda e viúva de Roberto Bolaños, foi ao Twitter lamentar a ausência dos seriados na televisão. “Meu coração de Chapolin está triste, porque a série do “Chaves” não é exibida nas TVs do mundo, tão necessitadas de risos e alegrias”, escreveu a atriz.

O post gerou 22 mil curtidas e muitos comentários. Um, mais provocativo, dizia que ela “quer dinheiro”. Meza rebateu: “Ao contrário, estou gastando meu dinheiro em uma batalha legal para que se respeite a vontade de meu Rober e os programas voltem às telas”.

Questionado sobre qual batalha sua ex-madrasta se refere, Roberto Fernádez foi categórico: “Eu ignoro”. Ele afirma que Meza não participa e nunca participou das negociações com a Televisa e que sua relação com a atriz “não é muito próxima”. O climão entre Florinda Meza e os seis filhos de Roberto Bolaños, frutos de seu primeiro casamento, não é novidade. As tensões se arrastam desde que Bolaños se separou de Graciela Fernández, em 1977, para assumir um romance com Florinda, levantando rumores de que eles já se relacionavam às escondidas.

Canais esperam desfecho

Antes de morrer, Bolaños deixou acertada até 31 de julho de 2020 a exibição dos programas na Televisa, emissora mexicana que produziu e transmitiu as séries desde o início e que repassava os direitos para outros canais mundo afora. Quando a data chegou, a emissora e Roberto Fernández não chegaram a um acordo para renovar.

“Antes do ‘apagão’, ‘Chaves’ e ‘Chapolin’ estavam no SBT, no Multishow, na Prime Video e no YouTube aqui no Brasil”, diz o jornalista Antonio Purcino, 32 anos, um dos administradores do “Fórum Chaves”, que tem mais de 4 milhões de seguidores nas redes sociais. “Agora tem essa situação que a gente nunca experimentou. As pessoas estão muito ressentidas, estamos numa escuridão.”

Os detalhes da negociação são mantidos em sigilo pelas partes envolvidas. O diretor de comunicação da Televisa, Rubem Acosta, também é econômico ao comentar o caso.

“Os programas não estão sendo transmitidos devido a certas discussões sobre os direitos envolvidos. Não podemos comentar mais em respeito às partes envolvidas”, disse.

Eduardo Gouvea, técnico de informática, ator, tradutor e um dos administradores da página “Chaves de novo”, encabeçou um manifesto pedindo a volta dos programas. Ele recolheu mais de 68 mil assinaturas e enviou a Televisa, mas não diz não ter recebido resposta.

“É triste, o interesse vai diminuindo. As pessoas vão descobrindo outras coisas. Nesse meio tempo, as TVs já estão descobrindo que podem viver sem isso. Antigamente, o SBT tirava o ‘Chaves’ do ar e era uma loucura”, lamenta Gouvea.

A comoção pela volta das séries chegou até a equipe de dubladores. Cecília Lemes, que deu voz à personagem Chiquinha na maioria dos episódios, lamenta o apagão:

“Faz muita falta. Mesmo já conhecendo todos os episódios, acho que é exatamente isso, não sei qual é a magia, mas a gente para pra assistir. Triste é pensar nos fãs que não tem um DVD na gaveta e não podem mais assistir numa TV aberta. É dificil julgar. Não sei qual é a verdade. Mas torço para que eles entrem num acordo que seja bom para ambos os lados”, avalia Lemes.

O ator e dublador Gustavo Berriel, que dublou o Nhonho e o Seu Barriga em encomendas mais recentes de “Chaves”, concorda com a colega:

“Eu sempre fui muito fã e ainda sou. Foi muito especial, um sonho mesmo, trabalhar com uma coisa que a gente adora tanto. Faz uma falta enorme, a gente já lamentou muito essa questão. Mas sou otimista e acho que tudo vai se resolver”, diz Berriel, que também é um dos administradores da ‘Chaves de novo’.

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