Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 9 de outubro de 2024
O “day after” do primeiro turno das eleições municipais levantou debates em Brasília sobre o futuro do PSD, sigla que fez o maior número de prefeitos no País, 878. Entre os governistas do partido, a aposta é a de que a legenda, fortalecida pelas urnas, terá de ganhar mais espaço na Esplanada quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deflagrar a próxima reforma ministerial, prevista para o ano que vem. Esse mesmo grupo sonha até que o presidente do PSD, Gilberto Kassab, assuma a vice-presidência de Lula em 2026.
Mas o ex-ministro é enfático: seu projeto político se chama Tarcísio de Freitas, visto por ele como um futuro presidente. Nas próximas eleições, porém, Kassab aposta na reeleição do governador, e entregará a Tarcísio o apoio de 195 dos 645 prefeitos paulistas que o PSD emplacou domingo (6).
Em São Paulo a dobradinha do PSD é com a direita, no Estado vizinho de Minas Gerais o partido cresce em aliança com a esquerda. “Aqui o PSD vai caminhar com Lula em 2026. Os companheiros mineiros que não são lulistas sabem disso”, disse o ministro Alexandre Silveira, presidente do PSD-MG. Para Kassab, é normal que uma sigla de centro vá da esquerda à direita a depender da região.
A reeleição em primeiro turno do prefeito do Recife (PE), João Campos, com 78% dos votos, o consolida como figura decisória dentro do PSB. Para além do peso eleitoral, o prefeito tem interlocução direta com o presidente Lula e o polo paulista da sigla.
Nos bastidores, Campos é descrito como o nome natural para assumir a presidência do PSB no futuro. Hoje, o partido – que tem entre os quadros o vice-presidente Geraldo Alckmin – é comandado por Carlos Siqueira.
As informações são da Coluna do Estadão.
Centro
Kassab disse que os resultados revelaram que o centro é a maior força política do País, que errou quem tentou nacionalizar a disputa, e que o governador Tarcísio de Freitas foi o cabo eleitoral mais influente em São Paulo.
Kassab vê o prefeito Ricardo Nunes (MDB) como favorito no segundo turno na
capital paulista e destinatário da maioria dos votos do empresário Pablo Marçal (PRTB), mas alertou que “não existe eleição ganha”. Questionado sobre o aceno de Marçal ao emedebista, respondeu que agora é o momento de “somar todos os apoios”.
“O maior erro dessa eleição foi de quem apostou que a campanha ia ser
nacionalizada, porque ficou claro que prevaleceram as questões circunstanciais e os problemas locais”, avaliou. “O segundo erro foi de quem dizia que o mundo estava polarizado e o centro [político] ia acabar, esses quebraram a cara”, desafiou. “O centro é maior do que a direita e do que a esquerda”, completou.