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Por Redação O Sul | 1 de julho de 2017
O secretário norte-americano de Defesa, Jim Mattis, decidiu adiar por seis meses o ingresso de recrutas transgêneros nas Forças Armadas, informou o Pentágono. O adiamento não afeta os transexuais que já estão servindo o país.
Ashton Carter, antecessor de Mattis, havia decidido no ano passado que as forças militares passariam a aceitar recrutas transgêneros a partir de 1º de julho de 2017, mas o processo foi adiado.
“Os serviços revisarão os planos de acesso e avaliarão o impacto da integração de pessoas transgênero na preparação e letalidade de nossas forças”, afirmou o porta-voz do Pentágono, Dana White.
“Depois de consultar os chefes de serviço e os secretários, determinei que é necessário adiar o início dos alistamentos por seis meses”, disse Mattis em um memorando que foi enviado sexta-feira aos chefes e secretários de serviço e foi obtido pela Associated Press.
“Usaremos esse tempo adicional para avaliar mais cuidadosamente o impacto de tais acessos na prontidão e letalidade”.
Na semana passada, Dana White disse que não havia unanimidade nas Forças Armadas – Exército, Força Aérea, Marinha e Fuzileiros Navais – sobre o calendário do ingresso dos transgêneros. “Os diferentes serviços apresentaram posturas diferentes. Alguns pediram mais tempo”.
O secretário de Defesa afirma que a revisão da permissão deve ser concluída até 1° de dezembro e que a aprovação de um atraso “não pressupõe o resultado da revisão”. Ele disse que o tempo adicional garantirá que ele tenha “o benefício das vistas da liderança militar e dos altos funcionários civis que agora estão chegando ao departamento “.
Há entre 2.500 e 7.000 transgêneros entre os 1,3 milhão de militares na ativa dos EUA, gente que declarou sua orientação sexual após a entrada em serviço, segundo estimativas do departamento de Defesa.
Discriminação
Até o ano passado, estes militares podiam ser expulsos das Forças Armadas por revelar suas inclinações.
O primeiro passo para o fim da discriminação por orientação sexual nas forças armadas americanas ocorreu em setembro de 2011, quando o Congresso cancelou a política “Don’t ask, don’t tell” (Não pergunte, não conte), implementada sob o governo do democrata Bill Clinton (1993-2001).
Essa política proibia o alistamento nas Forças Armadas de indivíduos que “demonstrassem propensão e intenção de praticar atos homossexuais”.
Militares transgênero passaram a servir livremente às Forças Armadas a partir do ano passado, após o ex-secretário de Defesa, Ash Carter, decidir pela aceitação. Antes disso, os recrutas poderiam ser expulsos da corporação. Desde 1° de outubro, as tropas transgêneros começaram a mudar formalmente suas identificações de gênero no sistema do Pentágono. (AFP e AP)