Quinta-feira, 16 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de outubro de 2015
Provavelmente, você já leu ou ouviu a expressão “mande nudes”. Algo que infestou as redes sociais. Veio na carona das selfies e belfies (clicar o bumbum). Mas o nude, como o próprio nome sugere, não é a cor da moda de um esmalte. Mas fotos de pessoas – ou parte delas – nuas. O ator Stênio Garcia e sua mulher, Marilene Saade, foram as mais novas vítimas do vazamento de tais registros.
A atriz Carolina Dieckmann foi a primeira celebridade brasileira a botar a boca no trombone após fotos nuas dela caírem na internet. Em 2012, ela passou a dar nome à lei que torna crime a invasão de aparelhos eletrônicos para para obtenção de dados particulares. “O que me deixou mal foi que roubaram a minha intimidade e essa sensação é terrível. Me senti impotente”, disse ela.
Existe o outro lado, no entanto. A evasão de privacidade. É quando aquele famoso mostra o que quer – e principalmente porque quer. Justin Bieber mostrando o bumbum. Miley Cyrus mostrou os seios. Sem arrependimento. Gusttavo Lima apareceu só de cueca. Penélope Nova completamente nua. Tudo isso no Instagram. Os dois últimos pensaram melhor e decidiram deletar as postagens após uma chuva de comentários de seguidores. Mas o que leva tanta gente a querer se exibir apenas para alguns ou para todos?
Para o médico e sexólogo Paulo Roberto Brito, os aplicativos de trocas de mensagens proporcionaram essa nova forma de voyeurismo e exibição. “Não acredito que as pessoas estejam mais exibicionistas. Elas só arrumaram uma forma ágil de fazer o que já tinham vontade e não teriam coragem de fazer pessoalmente. Você aparecer nu na frente do seu alvo é algo estranho. Mas enviar um nude, não. Quem recebe também sabe do que se trata. faz parte do jogo erótico”, avalia ele, que não viu nada demais nas fotos de Stênio e sua mulher: “Um casal saudável que deve até usar isso para apimentar a relação. Não vejo motivo para chacota”.
Ainda de acordo com o especialista, o nude é um artifício encorajador, mas, antes de tudo, um evita-toco. “A foto evita que a pessoa sofra com uma rejeição que poderia acontecer. Se o outro não estiver afim, é só deletar. No meu consultório ninguém nunca reclamou de fotos assim”, observa Paulo Roberto, que, no entanto, vê gravidade na exposição da intimidade fora dos círculos pretendidos: “O crime acontece quando alguém se apropria da intimidade do outro para outros fins e o círculo se rompe. Aí, tem que ser punido. (AG)