Sexta-feira, 10 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de fevereiro de 2016
O plano do presidente socialista François Hollande para retirar a cidadania francesa de pessoas condenadas por terrorismo venceu um primeiro obstáculo. Por margem estreita (162 votos a favor, 148 contrários e 22 abstenções), os deputados franceses apoiaram as propostas lançadas pelo governo após os ataques de extremistas islâmicos que deixaram 130 mortos em Paris em novembro passado.
Os legisladores aprovaram incluir na Constituição uma cláusula que prevê a retirada de nacionalidade a autores de crimes e delitos terroristas. Para alguns deputados, a medida é muito radical. Os socialistas, sobretudo, consideram-na ineficaz e apenas simbólica na batalha contra o terrorismo.
Críticos têm dito que a lei é suscetível de estigmatizar os cidadãos franceses com dupla nacionalidade, como os das antigas colônias francesas na África. Segundo a lei internacional, os governos não podem tornar os cidadãos apátridas. Antes da votação, o ex-presidente Nicolas Sarkozy, de direita, apoiou o plano e criticou os adversários, dizendo que “com 130 pessoas mortas, fizemos um compromisso de nunca nos comportarmos como os políticos mesquinhos diante de uma tragédia”. A proposta que alterará a Constituição precisará ser também aprovada pelo Senado e depois, finalmente, por ambas as Casas por uma maioria de três quintos, um processo passível de levar semanas. (Folhapress)