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Brasil França investiga contrato de 71 milhões de reais para conversão de urânio para o Brasil

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Usina de Angra 1, no Rio de Janeiro, que vai ter contratos investigados.(Foto: Folhapress)

Procuradores franceses que estiveram no Brasil na semana passada iniciaram conversas com investigadores brasileiros da Operação Lava Jato para saber se o esquema de corrupção que atingiu a Eletronuclear e levou o ex-presidente Othon Luiz Pinheiro Silva à prisão também se estendeu ao contrato para a conversão de urânio usado nas usinas nucleares de Angra 1 e 2.

Entre 2010 e 2015, a multinacional francesa Areva e a estatal brasileira INB (Indústrias Nucleares do Brasil) firmaram contratos no valor de R$ 71 milhões. As duas empresas dizem não ter conhecimento sobre as investigações francesas.

Oficialmente, não há informações sobre investigações brasileiras a respeito do contrato entre a Areva e as INB, responsável pelo fornecimento de combustível nuclear para as usinas brasileiras. Apesar de o Brasil dominar o ciclo completo de enriquecimento de urânio para fins pacíficos, as INB firmaram um contrato com a Areva, uma das líderes mundiais no setor de energia nuclear.

O contrato previa a conversão do concentrado de urânio, também conhecido como “yellowcake”, em hexafluoreto de urânio, um gás que depois é utilizado na produção do combustível nuclear. Essa etapa é feita fora do país e, em seguida, o material é reenviado ao Brasil.

O contrato entre as duas empresas foi firmado em janeiro de 2010 por R$ 57,1 milhões e tinha duração de cinco anos. Em março de 2015, um aditivo no valor de R$ 14 milhões estendeu o contrato para dezembro de 2018. Os procuradores franceses querem saber se Othon Luiz Pinheiro da Silva, condenado a 43 anos de prisão pela Justiça Federal por ter recebido propina na construção da usina nuclear de Angra 3, também tinha influência sobre os contratos firmados pela empresa francesa com o Brasil.

Mesmo condenado, Othon nega as acusações de que tenha recebido propina de empreiteiras para a construção da usina. “Ainda estamos num estágio inicial, mas queremos saber se esse esquema que teria funcionado na Eletronuclear também funcionou nesse contrato com a Areva”, afirmou um dos investigadores.

Os procuradores, que estiveram em Brasília e já retornaram à França, devem voltar ao Brasil nos próximos meses. O próximo destino deverá ser o Rio de Janeiro, onde estão concentradas as investigações em relação às irregularidades encontradas na Eletronuclear.

“Precisamos de documentos e deveremos conversar com nossos colegas no Rio de Janeiro sobre o assunto. A ideia é que a cooperação se intensifique nos próximos meses”, disse outro envolvido nas investigações, na condição de anonimato.

Além do foco no contrato entre a Areva e as INB, os investigadores europeus deverão obter acesso a dados sobre o inquérito que apura as suspeitas de corrupção na construção de submarinos, resultado de um acordo entre os governos brasileiro e francês.

Em abril, procuradores do Parquet Financier (procuradoria francesa especializada em crimes financeiros) estavam investigando as suspeitas de irregularidades relatadas por delatores da Odebrecht à Operação Lava Jato. A suspeita é a de que, enquanto a Odebrecht se encarregou de pagar propinas a agentes públicos no Brasil, a DCNS, parceira da companhia brasileira na construção dos submarinos, teria ficado encarregada de fazer o mesmo na França.

Othon Pinheiro também é citado por delatores da Odebrecht como tendo recebido propina paga pela empresa referente ao contrato de construção dos submarinos.

Procurada, as INB disseram desconhecer as investigações e que “realiza auditorias internas periodicamente em seus contratos nacionais e internacionais”, que é auditada “periodicamente pelos órgãos de controle interno e externo” e que todos os seus contratos estão disponíveis ao público e às autoridades.

A Areva informou que não tem conhecimento sobre “qualquer investigação corrente pelas autoridades francesas” sobre os contratos mantidos pela empresa com as INB.

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https://www.osul.com.br/franca-investiga-contrato-de-71-milhoes-de-reais-para-conversao-de-uranio-para-o-brasil/ França investiga contrato de 71 milhões de reais para conversão de urânio para o Brasil 2017-05-14
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