Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de julho de 2015
A França rejeitou nesta sexta-feira (3) um pedido de asilo apresentado pelo fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, refugiado há três anos na embaixada do Equador em Londres (Inglaterra), segundo um comunicado da presidência francesa. “Dados os elementos jurídicos e a situação material do senhor Assange, a França não pode dar prosseguimento a seu pedido”, afirma o comunicado. “A situação de Assange não apresenta perigo imediato”. A nota recorda ainda que o fundador do WikiLeaks “é objeto de uma ordem de detenção europeia”.
Assange pediu asilo político a França em uma carta dirigida ao presidente François Hollande e publicada pelo jornal Le Monde. No texto, Assange afirma que a França é o único país que pode dar “a proteção necessária” contra “as perseguições políticas” de que é objeto. “Ao me acolher, a França faria um gesto humanitário e também simbólico, enviando seu alento a todos os jornalistas e responsáveis por alertas que, em todo o mundo, arriscam sua vida de maneira cotidiana para permitir a seus concidadãos dar um passo a mais para a verdade”, escreveu. “Apenas a França está atualmente em condições de oferecer-me a proteção necessária contra, e exclusivamente contra, as perseguições políticas de que sou objeto. Como Estado membro da União Europeia, como país comprometido ao longo de toda sua história com a luta pelos valores que eu assumi como meus, como quinta potência mundial, a França pode atuar, se desejar”, completa Assange.
O ativista se descreve na carta como “um jornalista perseguido e ameaçado de morte pelas autoridades” norte-americanas em consequência de suas “atividades profissionais”. “Nunca fui acusado formalmente de um delito ou de um crime de direito comum, em nenhuma parte do mundo, incluindo Suécia e Reino Unido”, completa.
O fundador do WikiLeaks, que faz 44 anos nesta sexta-feira, vive recluso há três anos na embaixada do Equador na Grã-Bretanha, para escapar de um pedido de extradição para a Suécia, onde duas mulheres o acusaram de agressão sexual, o que ele nega. O pedido de asilo a França foi feito depois das novas revelações do WikiLeaks sobre a espionagem de vários chefes de Estado franceses, incluindo Hollande, pela NSA (a agência nacional de segurança dos EUA). (AG)