Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 18 de dezembro de 2020
Frank Aguiar, de 50 anos, me atende por telefone do jardim de sua mansão em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo. O cantor, que ficou conhecido por popularizar o forró no Brasil na década de 90, me explica sobre o processo de autoconhecimento que o levou a fazer seu novo álbum Evolução, com suas versões ao som do xote de canções positivas de outros artistas.
“Tenho procurado me conectar mais com as coisas divinas da natureza”, começa ele, que é interrompido pelo canto dos pássaros. “Desculpe, mas coloquei umas sementes na mão e os pássaros vieram aqui aos montes. Em troca, colho o fruto da energia desses passarinhos cantando”, explica.
Se emocionar com as coisas simples da vida tem sido uma frequência na rotina de Frank. Recentemente, ele anunciou a troca do nome artístico para Luz Aguiar, uma consequência de uma evolução pessoal que ele teve sete anos atrás após participar de um ritual espiritual com o chá de ayahuasca no Acre, durante um passeio para conhecimento das tradições indígenas locais.
“Sete anos atrás, fiz um show em Cruzeiro do Sul, no Acre. Depois do show, o prefeito me convidou para conhecer as belezas do Amazonas e do Rio Croa. Alugamos uma canoa e me apresentaram o chá milagroso, que além da cura, expandia a consciência. Naquela época estava no fundo do poço e passando por um momento de conflitos com meu filho e com a carreira política. Naquele momento resolvi toda a minha vida. Foi como se eu tivesse feito dez anos de terapia com o melhor psicólogo. Lá ouvi uma voz me falando que eu seria uma ponte para que outras pessoas pudessem ter suas evoluções”, relembra ele, que também fez cursos de inteligência emocional.
“Desde então faço reuniões espirituais semanais em minha casa. Em uma dessas, a voz do astral divino me disse: ‘Filho, você é luz e tem um nome tão bonito. Olha como é bom você verbalizar isso para o universo. Quando te chamarem de luz, você vai receber luz. Eu queria no dia seguinte pedir para todos me chamarem de Luz, que é meu nome de batismo, mas é um processo e leva um tempo”, conta ela, que é batizado como Francineto Luz de Aguiar.
De sua carreira de 30 anos, marcada por sucessos como Mulher Madura e Morango do Nordeste, Frank diz não ter arrependimentos. No entanto, suas ambições agora são totalmente diferentes.
No auge, o cantor chegou a comprar três carros de luxo em um único dia. “Teve uma vez que comprei três carros novos em um único dia. Era meu aniversário e fui comprar uma Mercedes, que era algo que eu desejava muito na época. Saí de lá com o carro e botei na cabeça que também queria uma Cherokee vinho. Após muita procura pelas concessionárias, encontrei uma, mas ao lado dela tinha uma Dakota cabine dupla alongada, moda entre os artistas. Acabei comprando os dois outros carros à vista. No auge, comprei muitos bens de consumo, tive muitos carros, fazenda, mansões… Nunca perdi nada, mas são coisas que não faço mais hoje. Tenho dinheiro, mas também tenho a consciência de que não preciso de três carros porque um está bom. Procuro a leveza hoje em dia”, diz.
Agora com o álbum Evolução, ele também quer expandir essa energia para além dos encontros espirituais que realiza semanalmente em sua residência, onde mora com a mulher, Caroline Santos, o enteado, Paulo Cesar, e o filho Breno, fruto do relacionamento que teve com Renata Banhara.
“Minha intenção com esse álbum é compartilhar o momento de luz e consciência expandida que estou vivendo e impactar as pessoas a ponto de fazer com que elas pensem mais no semelhante”, afirma ele, que antes da pandemia estava fazendo 15 shows por mês.
“Já tive meu auge do sucesso e hoje sou realizado com a estabilidade e reconhecimento que continuo tenho. Ainda estou vivendo de música. Antes da pandemia, estava fazendo 15 shows por mês. Nunca tinha tido trinta dias de férias antes da pandemia em 30 anos de carreia. Mas há uma década, busco um outro tipo de sucesso, que é deixar a minha mensagem. O sucesso principal para mim é compartilhar os meus ensinos. Caso contrário, vou ser apenas um egoísta que acumula as coisas boas para mim.”
Questiono se ele tem um outro sonho a conquistar e Frank me diz que quer voltar para o Piauí, mas antes quer ver os quatro filhos formados. “Meu maior sonho é voltar para a simplicidade das minhas origens, para a roça. Estar perto dos meus pais. Mas ainda tenho uma missão aqui. Meus filhos ainda estão se formando. Tenho que ir me preparando para esse tempo do de volta para a minha terra”, almeja.