Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2016
A Polícia Civil prendeu o homem conhecido como “Don Juan”. João Luís Melo de Sousa, 49 anos, vinha sendo procurado por estelionato, falsidade ideológica, extorsão e ameaça de ao menos 40 mulheres em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Goiás e Distrito Federal.
Segundo as investigações, ao conseguir uma vítima e conquistar a confiança dela, o homem propunha um relacionamento com o objetivo de obter dinheiro. Para isso, ele usava a lábia e narrava uma história de vida triste que sensibilizou muitas mulheres.
Uma empresária de Brasília afirma ter dado 100 mil reais a Sousa, que lhe pediu como empréstimo, prometendo devolver o valor em 20 dias. Até o golpe ser concretizado, porém, Sousa, que dizia à empresária ser paraquedista, a levava aos melhores restaurantes da cidade e sempre enviava flores.
Em 2015, depois de três meses de namoro que virou noivado, veio o pedido de dinheiro. Após vender um carro e pegar empréstimos para levantar a quantia, a noiva nunca mais viu o golpista, nem o dinheiro.
Outra vítima do Distrito Federal disse que emprestou em torno de 20 mil reais para o suspeito, que nunca pagou. Ela afirma que todas as vezes que Sousa pedia dinheiro, ela dava.
“Diversas vezes que ele me pedia emprestado, era com a desculpa, de, ou pagar pensão, ou pagar alguma cirurgia, que ele vivia dizendo que tinha um aneurisma”, declarou.
E, por fim, ele disse que o pai dele estava muito doente. “Eu ajudei a pagar o tratamento do pai, cirurgia e no final ele ainda disse que o pai dele tinha falecido e que não tinha dinheiro pra ajudar com o funeral. E eu ajudei, né? Fiz empréstimos”, afirmou.
Redes sociais.
Neste caso e com outras vítimas, o “Don Juan” utilizou as redes sociais para se aproximar de seus alvos.
Para tirar o golpista de circulação, mulheres de quatro Estados se uniram e passaram a trocar mensagens através de um grupo de WhatsApp e denunciar os crimes. Lá, ao compartilhar informações, descobriram que, a cada uma delas, Sousa contava uma história diferente.
Algumas afirmam que ele se passou por militar do Exército, para outras dizia ser formado em Psicologia, Economia ou Marketing. No Ceará, uma mulher afirmou ter vivido ao lado do estelionatário por dois anos antes de descobrir o golpe.
“Na verdade, eu me apaixonei por alguém que não existe”, contou uma delas. “Você amou um fantasma, alguém que não é real”, constatou outra.
A polícia pediu a prisão preventiva de Sousa após ele ter sido reconhecido por uma vítima. Outras mulheres serão chamadas para tentar reconhecer o estelionatário. (DSP)