Terça-feira, 25 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de agosto de 2015
Nas apresentações dos Amazing Acro-Cats (“Incríveis Acro-Gatos”, em tradução livre), nem tudo costuma sair como planejado. Não são raras as vezes em que as estrelas do show desistem de seguir o roteiro e decidem simplesmente passear na plateia. Os espectadores, porém, em vez de reclamar desses momentos de rebeldia, respondem com mais aplausos e entusiasmo.
“Eu nunca sei o que eles vão fazer. Eles não são muito confiáveis”, conta, rindo, Samantha Martin, a líder do grupo de 14 gatos acrobatas que percorre os EUA a bordo de um ônibus. “Às vezes eles fazem todos os truques em casa, quando ninguém está vendo, e fazem tudo perfeitamente nos ensaios, quando também não há ninguém vendo. Mas quando o público chega, eles mudam de ideia e resolvem fazer outra coisa”, diz Samantha.
“Um espetáculo nunca é igual ao outro”, afirma a líder da trupe, que acaba de encerrar uma temporada em Nova York e está na estrada a caminho de Portland, no Estado do Maine, para uma nova série de apresentações. Mas apesar de um ou outro desvio no script, os gatos de Samantha são artistas tarimbados, que ao longo de uma hora se revezam no palco em truques como saltar por entre argolas, se equilibrar na corda bamba, empurrar um carrinho ou andar de skate.
O ponto alto é a banda Rock Cats, liderada pela gata Tuna, 13 anos, na qual os seis integrantes felinos “fingem” tocar guitarra, bateria, teclado e outros instrumentos em miniatura (na verdade, eles só produzem alguns “barulhos” com os instrumentos).
Recompensa.
Samantha criou os Acro-Cats há 10 anos, mas sua vocação para treinar animais vem da infância. “Aos sete anos de idade eu já sabia que queria ser treinadora de animais. Aos 10, comecei a treinar o cão da família”, recorda. “Isso se transformou em meu dom especial.” Durante um período também treinou uma trupe de aves, em que as estrelas eram galinhas e patos. Por volta de 2005 resolveu se dedicar aos gatos. “Gatos são notórios por serem impossíveis de treinar, mas eu sei que você pode treinar qualquer animal”, diz.
Ela usa uma técnica de treino que envolve uma recompensa positiva cada vez que o animal acerta, como um petisco. Eles jamais são punidos. “É como um jogo para eles, no qual tentam adivinhar o que você quer deles e, em troca, ganham um petisco cada vez que adivinham”, compara.
Samantha diz que alguns truques são aprendidos em questão de minutos, outros levam alguns dias ou semanas. Para ser um Acro-Cat, o gato tem de começar a ser treinado com no máximo quatro meses de idade. “Um gato já adulto, sem experiência de vida na estrada, teria dificuldade de se adaptar, seria cruel”, afirma.
Samantha diz que o treino é um ótimo estímulo mental para os gatos. “Muitas vezes, gatos que têm problema de comportamento estão simplesmente entediados”, acredita. “Se você fizer uma pequena rotina de treinos, eles terão como extravasar toda essa energia. Dez minutos por dia já fazem uma grande diferença na vida do gato.” Desde 2009, mais de 150 gatos foram treinados por Samantha e sua equipe e encontraram um lar permanente. Assista.