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Dad Squarisi Gente pequena pede passagem

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(Foto: Reprodução)

Oba! Amanhã é Dia da Criança. A meninada faz a festa. Além da folga mesmo com aulas remotas, garotas e garotos ganham presentes. A oferta não tem fim. Bonecas, carrinhos, trens, bolas, super-heróis, jogos, bicicletas, celulares, tablets, computadores se oferecem sem cerimônia. Eta tentação!

Bons clientes, eles não resistem à oferta. Os pais põem a mão no bolso e atendem os pidões. Resultado: a casa vira loja de brinquedos. Organizá-los requer tempo e paciência. A criança ajuda. Mas desiste logo, atraída por novos apelos.

Eureca

O que fazer? Montar uma brinquedoteca. Brinquedoteca rima com biblioteca e videoteca. As três terminam com teca, que quer dizer isto: lugar fechado onde se guarda um montão de alguma coisa. Que coisa? Biblioteca guarda livros. Videoteca, vídeos. Brinquedoteca? Está na cara — brinquedos. Vamos à farra.

Presente especial

E o livro? Há títulos pra dar, vender e emprestar. Os pequenos folheiem as obras, tocam o papel, olham as imagens. Se gostam, conjugam o verbo ler. O monossílabo joga no time de outro pra lá de flexionado na leitura — ver.

A 3ª pessoa do singular e do plural de ambos exige atenção plena. Observe: eu leio, ele lê, nós lemos, eles leem; eu vejo, ele vê, nós vemos, eles veem. Viu a semelhança? Ele vê, eles veem. Ele lê, eles leem.

Nova cara

Olho vivo! Antes da reforma ortográfica, o hiato e/em ganhava chapeuzinho. Agora vive livre e solto, sem lenço e sem documento: ele lê, eles leem; ele vê, eles veem; ele crê, eles creem, ele dê, eles deem.

Xô, confusão

A perda do acento de ler, ver, crer e dar não tem nada a ver com ter e vir. Essa duplinha mantém o chapéu: ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm.

Sabidas

As crianças não têm passado nem futuro e, o que raramente nos acontece, gozam o presente.” (La Bruyère)

Com pedigree

Dia da Criança é nome próprio. Escreve-se com as iniciais maiúsculas. Outras datas comemorativas seguem a regra: Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia do Trabalho, Dia da Árvore, Dia dos Namorados, Dia de Finados.

Bebê

Antes, bebê era como os anjos. Não tinha costas nem sexo. O bebê dava conta dos dois gêneros. Veio o movimento feminista. As mulheres quiseram dar visibilidade ao feminino. Conseguiram. Bebê agora joga no time de estudante. O artigo diz se nos referimos a ele ou a ela: o estudante, a estudante; o bebê, a bebê.

Zero ano?

Vícios não faltam. Um deles está cada vez mais atrevido. Aparece em jornais, revistas, propagandas, embalagens de brinquedos, vitrines de lojas. O que é? O que é? Trata-se da indicação de idade. É a receita do cruz-credo — de 0 a 2 anos, de 0 a 3 anos, de 0 a 6 anos. Pra que apressar o calendário? São necessários nada menos que 365 dias para o nenê completar um ano. Melhor respeitar o ritmo da natureza. Que tal indicado para crianças de até 2 anos?

Leitor pergunta

Ao ler matéria sobre Aparecida, fiquei em dúvida com esta passagem: “Grupos de pequenos romeiros vindos de diversos pontos do estado…” Seriam crianças ou pessoas de pequena estatura? Pela foto, parecem adultos como tantos outros. Será que o autor quis dizer “pequenos grupos de romeiros? (Tino Moro, lugar incerto)

O texto pecou pela falta de clareza. De qualquer forma, não afirma que os romeiros são de pequena estatura. Se fossem, o adjetivo deveria vir depois do substantivo: Grupo de romeiros pequenos…

Como vem na frente, tem sentido conotativo. Compare as frases:

Yasser Arafat media 1,57m. Era um grande homem pequeno.

Charles de Gaulle media 1,96m. Os inimigos dizem que era um pequeno homem grande.

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Bandido à solta
Quino não morreu
https://www.osul.com.br/gente-pequena-pede-passagem/ Gente pequena pede passagem 2020-10-11
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