Domingo, 15 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 14 de fevereiro de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O líder tucano e ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo teve rejeitado pela juíza Melissa Costa Lage, da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte (MG) recurso apresentado por sua defesa contra a sua condenação a 20 anos e dez meses de prisão no valerioduto tucano.
Na decisão, expedida na terça-feira, dia 2 de fevereiro, a magistrada afirma que não está obrigada “a mencionar todas as provas produzidas integralmente, mas tão somente aquelas necessárias ao seu convencimento”. Azeredo foi condenado por peculato e lavagem de dinheiro em um esquema de desvio de recursos públicos por meio de empresas de publicidade de Marcos Valério. O mesmo do mensalão.
Apesar de ter a pena decretada, o tucano responde em liberdade porque o caso tramita em primeira instância. Azeredo deve continuar trabalhando na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais. Nenhuma grande manchete. Afinal crime maior é vistoriar reformas ou criar patos… pior plantar uma horta e árvores frutíferas! Para que dar isonomia no noticiário. Aos inimigos a “lei”, aos amigos… Aliás, este hábito de aceitar imóveis de amigos para curtir nos fins de semana pelo “barulho” da oposição parece ter nascido em Atibaia.
Nunca antes nesse País alguém emprestou apartamento ou casa para amigos. Faz lembrar o caso do Farol de Alexandria. Lembram-se da velha história do apartamento de FHC em Paris, denunciada por Janio de Freitas quando o tucano deixou a Presidência, em 2003, e foi “descansar” na “Cidade Luz” durante uma bela temporada? Por muito tempo espalharam que o apartamento na luxuosa avenue Foch, em Paris, um dos endereços mais caros da cidade, seria de FHC. Formalmente, porém, nunca foi.
O imóvel pertence (?) à família de Jovelino Mineiro, parceiro e sócio de FHC em alguns negócios, inclusive em uma fazenda em Buritis (MG). Detalhes do blog Cidadania Note, leitor, que, até prova em contrário, tanto FHC quanto Lula podem usar imóveis cedidos por amigos. Se um engenheiro da Odebrecht assessorou o amigo de Lula na construção do sítio, a mesma Odebrecht doou milhões para o bolso de FHC enquanto este ainda era presidente.
E o tucano usa imóvel em Paris de propriedade de alguém com amplo envolvimento com empreiteiros envolvidos na Lava-Jato. Sobre “doações”, a Revista Época detalhou um jantar no Palácio do Planalto para angariar verbas para FHC: “Foi uma noite de gala. Na segunda-feira, o presidente Fernando Henrique Cardoso reuniu 12 dos maiores empresários do País para um jantar no Palácio da Alvorada, regado a vinho francês Château Pavie, de Saint Émilion (US$ 150 a garrafa). Após uma rápida discussão sobre valores, os 12 comensais do presidente se comprometeram a fazer uma doação conjunta de R$ 7 milhões à ONG que Fernando Henrique Cardoso passará a presidir assim que deixar o Planalto em janeiro e levará seu nome: Instituto Fernando Henrique Cardoso. Estavam lá Jorge Gerdau (Grupo Gerdau), David Feffer (Suzano), Emílio Odebrecht (Odebrecht), Luiz Nascimento (Camargo Corrêa), Pedro Piva (Klabin), Lázaro Brandão e Márcio Cypriano (Bradesco), Benjamin Steinbruch (CSN), Kati de Almeida Braga (Icatu), Ricardo do Espírito Santo (grupo Espírito Santo).
Em troca da doação, cada um dos convidados terá o título de co-fundador do IFHC. Embora a convocação de empresários para doar dinheiro a uma ONG pessoal possa levantar dúvidas do ponto de vista ético, a iniciativa do presidente não caracteriza uma infração legal. “Fernando Henrique está tratando de seu futuro, e não de seu presente”, diz o procurador da República Rodrigo Janot. Por que uns podem e apenas Lula não pode??? Goebbels vive!
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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