Domingo, 28 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de junho de 2023
Nos Estados Unidos, mesmo em um dia intenso para o noticiário doméstico, grandes veículos informavam da inelegibilidade de Bolsonaro na página principal de seus sites. O New York Times afirma que a decisão remove um dos principais candidatos da próxima disputa presidencial no Brasil e desfere um golpe no movimento de extrema direita do país.
Já a rede CNN lembra que o YouTube derrubou a transmissão do evento com os embaixadores por não cumprir a política de notícias falsas da plataforma.
A Bloomberg afirma que Bolsonaro, assim como o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, semeou dúvidas sobre urnas eletrônicas.
A agência de notícias Reuters diz carreira política do ex-presidente evaporou nesta sexta-feira (30). E em uma reportagem secundária lembra que a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro se torna uma provável candidata.
A britânica BBC informa que Bolsonaro foi considerado culpado de abuso de poder e que os advogados dele devem apelar contra o veredito. Os ataques de 8 de janeiro também foram lembrados pela alemã Deutsche Welle.
O argentino Clarin aponta que a reunião com embaixadores foi descrita como aberrante pelo ministro Benedito Gonçalves e que foi transmitida pela televisão pública e pelas redes sociais do capitão da reserva.
Substituto
O Guardian acrescentou que os aliados de Bolsonaro já estão em busca de um substituto e pretendem “pintar o ex-presidente como vítima de um sistema corrupto”.
“Alguns suspeitam que a esposa de Bolsonaro, a ex-primeira-dama evangélica Michelle Bolsonaro, pode emergir como candidata presidencial na corrida de 2026, embora ela também tenha enfrentado o escrutínio da Polícia Federal por suspeita de irregularidades financeiras”, analisa o jornal.
Na reportagem da BBC, a emissora britânica afirmou que a defesa de Bolsonaro foi falha por alegar que a reunião com embaixadores não foi grave. Seu discurso “ocorreu em meio a uma campanha presidencial polarizada”, justificou a BBC. Segundo a emissora, além disso, o então presidente “nunca reconheceu publicamente sua derrota”.
Não é o fim da história, segundo a agência de notícias Associated Press. Bolsonaro deve continuar exercendo algum poder político até as eleições de 2026, mesmo que ele seja considerado inelegível, disse a reportagem, ressaltando que mesmo assim a “hierarquia política de direita do Brasil” entraria em desordem.
O jornal francês Le Mond concordou que a inelegibilidade de Bolsonaro abre uma batalha por sua sucessão dentro da extrema direita, embora sua defesa já tenha indicado que vai recorrer da decisão. Já a reportagem do Clarin, o maior veículo da Argentina, relembrou que o ex-presidente brasileiro tem mais 16 processos na justiça eleitoral e é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por fraude e tentativa de golpe em 8 de Janeiro.
A agência de notícias Reuters também comentou a situação política brasileira. Segundo a reportagem, a decisão marca uma reviravolta impressionante para o ex-presidente, “um populista inflamado” que perdeu por pouco as eleições presidenciais.
“A carreira política do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro estava em frangalhos nesta sexta-feira, quando o Tribunal Federal Eleitoral (TSE) proibiu o nacionalista de extrema direita de ocupar cargos públicos até 2030 por sua conduta durante a eleição do ano passado”, escreveu a Reuters.