Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 11 de junho de 2020
Presidente Fernández cogita retorno à fase mais rigorosa da quarentena após aglomeração em parques e recorde de novos casos da Covid-19
Foto: ReproduçãoApós uma rígida quarentena de 80 dias, o governo argentino liberou ruas e parques de Buenos Aires na segunda-feira (08) para atividades ao ar livre. A procura foi tão intensa, uma multidão aglomerada e sem máscaras, que o presidente Alberto Fernández escreveu, irritado, ao prefeito Horacio Larreta Rodriguez: “Isto está mal”.
A flexibilização coincidiu também com a maior alta no número de casos do novo coronavírus — 1.141 em um dia. E, diante da velocidade de contágio, o presidente já cogita dar marcha à ré e acionar o retorno à fase 1 da quarentena, ou seja, ao bloqueio mais rigoroso.
A perspectiva de um retrocesso no relaxamento das restrições é desanimadora e está atrelada ao ritmo da disseminação do vírus. Deixa o presidente numa encruzilhada: “Se digo que podem passear por uma praça, saem para correr e lotam a praça. A dúvida é se a solução é abrir mais praças. Se faço isso, estou convidando mais gente a correr.”
A quarentena começou em 20 de março e está prevista para terminar no próximo dia 28, embora já tenha sido prorrogada anteriormente. De início foi severa, apenas com o funcionamento de serviços essenciais. O governo argentino demonstrou obstinação em achatar a curva de casos no país, que registra quase 25 mil infectados e 717 mortos.
Aos poucos, a flexibilização começou a perseguir um objetivo: alcançar a fase 5, ou seja, a vida pós-pandemia. Na segunda-feira, por exemplo, o bloqueio se dividiu em duas modalidades: o isolamento social com restrições de mobilidade nas regiões com mais casos e o distanciamento preventivo nas que registram menor incidência da doença.
A região metropolitana de Buenos Aires – que inclui a capital e 13 distritos – concentra 85% dos casos e enquadra-se, portanto, na primeira modalidade. Escolas permanecem fechadas, assim como estão proibidos eventos esportivos ou culturais. Voos comerciais só serão retomados em 1 de setembro.
A permissão para a retomada para as atividades físicas, à noite, depois de 80 dias de confinamento, foi um teste que desagradou ao presidente Fernández, assim como o aumento do número de infectados. Reacende o conhecido debate sobre a medida certa para o fim do isolamento nesta pandemia: avançar o suficiente para não precisar retroceder.