Sábado, 21 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 21 de junho de 2025
Um estudo recente do governo australiano confirmou que os sistemas de verificação de idade dos usuários nas redes sociais funcionam “de forma robusta e eficaz”, representando um avanço significativo para a implementação da proibição de acesso a essas plataformas por menores de 16 anos. Essa medida, defendida com firmeza pelas autoridades, está baseada em evidências sobre o potencial dano que o uso precoce das redes sociais pode causar à saúde física e mental dos jovens.
A proposta legislativa prevê que as plataformas que não cumprirem as novas diretrizes poderão ser multadas em até US$ 32 milhões, sinalizando que o governo está disposto a aplicar sanções severas para garantir a segurança de crianças e adolescentes no ambiente digital.
Apesar do apoio institucional, a iniciativa enfrenta forte resistência por parte de gigantes da tecnologia como Facebook, Instagram, X (antigo Twitter) e TikTok. Essas plataformas alertam que será “problemático” implementar mecanismos realmente eficazes para verificar a idade dos usuários sem comprometer a privacidade ou a experiência do usuário. No entanto, um teste encomendado pelo governo e realizado pela empresa independente Age Assurance Technology Trial trouxe resultados encorajadores. Segundo esse estudo, “a certificação de idade pode ser feita na Austrália de forma privada, robusta e eficaz”.
“As soluções são tecnicamente viáveis, podem ser integradas de forma flexível aos serviços existentes e podem reforçar a segurança e os direitos das crianças on-line”, afirma um comunicado divulgado por Tony Allen, diretor do projeto responsável pela análise técnica das ferramentas de verificação.
Em entrevista à emissora australiana Nine Network, Allen ressaltou que, embora a tecnologia tenha evoluído consideravelmente, ainda existem limitações. Segundo ele, um “grande desafio” será impedir que menores consigam burlar os sistemas de verificação utilizando, por exemplo, documentos de terceiros ou manipulações digitais. “Não acredito que nada é completamente infalível”, reconheceu Allen, destacando que, mesmo com avanços tecnológicos, o fator humano continua sendo uma variável importante.
A nova regulamentação, aprovada em novembro do ano passado, deverá entrar em vigor no final de 2025. A Austrália se tornará, assim, um dos primeiros países a implementar uma proibição abrangente do acesso de menores às redes sociais.
A comunidade internacional acompanha com atenção esse movimento, especialmente governos que também estudam formas de proteger crianças no ambiente virtual. Alguns países europeus e Estados norte-americanos já discutem medidas semelhantes, e os resultados obtidos na Austrália poderão servir como referência para futuras legislações globais voltadas à proteção infantil na internet. (Com informações da agência AFP)