Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 27 de janeiro de 2025
O governo Lula prepara um projeto de lei para que a União receba imóveis do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) como compensação aos recursos direcionados para cobrir o rombo da Previdência. Atualmente, a União faz repasses em torno de R$ 300 bilhões anuais para quitar o déficit previdenciário. Os aportes necessários continuarão sendo desembolsados. Mas, em vez de serem direcionados apenas ao fundo para pagar aposentadorias e outros benefícios, significarão também a aquisição dos imóveis.
O instituto tem cerca de 4 mil edificações em todo o País, sendo 100 usadas em postos de saúde ou hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). A gestão desse patrimônio onera o INSS e o afasta de sua missão principal, que é reconhecer direitos e pagar benefícios, segundo o instituto. Servidores do instituto apontam que não faz sentido o órgão gastar dinheiro com a manutenção e segurança desses prédios enquanto luta para diminuir a fila de atendimento para pedidos corriqueiros de beneficiários do INSS, como o auxílio-doença.
A proposta é que a União use o recurso, já previsto no Orçamento para compensar as contas da Previdência, na compra de imóveis do INSS. Além de regularizar prédios, o governo federal poderá destiná-los a políticas públicas como o uso para moradias sociais, em linha com uma bandeira do presidente Lula (PT). O governo federal teria ainda um alívio nos cofres, dizem os defensores da proposta, pois passaria a receber os imóveis como contrapartidas nos pagamentos regulares ao fundo da Previdência.
Planejamento
Em outra frente, uma pesquisa nacional feita pela Serasa mostra que a maioria dos brasileiros (60%) iniciam o planejamento financeiro para a aposentadoria com apenas cinco anos de antecedência. O levantamento, divulgado na sexta-feira, 24, foi produzido pelo Instituto Opinion Box e ouviu 1.052 pessoas aposentadas ou prestes a se aposentar, em janeiro de 2025.
A pesquisa revelou também que 37% dos aposentados admitem que não se planejaram financeiramente para parar de trabalhar e 53% precisaram continuar trabalhando para complementar a renda. Dentre os que se planejaram, 70% passaram a complementar o salário com outra renda cinco anos antes de se aposentar.
Segundo o levantamento, entre os aposentados, 48% dizem sentir instabilidade financeira; 45%, ter grande receio de endividamento; e 64%, não considerar o valor da aposentadoria suficiente para manter o padrão de vida.
A pesquisa da Serasa mostra ainda que a alimentação é o maior gasto de quem já se aposentou, e os custos com a saúde estão em segundo lugar: 60% dos aposentados já precisaram buscar crédito ou empréstimo para auxiliar nessas despesas consideradas essenciais. (Estadão Conteúdo)