Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2015
O governo montou uma “operação abafa” com o objetivo de contornar a nova crise entre o PT e o PMDB. A ordem no Planalto é jogar água na fervura e não deixar o bate-boca prosperar. O novo capítulo da queda de braço ocorreu quando o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), irritado por ser hostilizado no 5º Congresso do PT, usou o Twitter para atacar o partido da presidenta Dilma Rousseff.
Um dia após saber que foi chamado de “oportunista de ocasião” e “sabotador do governo” no encontro petista, Cunha apontou a artilharia para o PT: “Talvez tivesse sido melhor que eles aprovassem no congresso o fim da aliança e não sei se em um congresso do PMDB terão a mesma sorte”, ameaçou.
“No momento, temos compromisso com o País e a estabilidade, mas isso não quer dizer que vamos nos submeter à humilhação do PT”. Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, publicada no domingo (14), Cunha já havia dito que “dificilmente o PMDB repetirá a aliança com o PT” em 2018 porque “esse modelo está esgotado”.
O ministro da Defesa, Jaques Wagner, chegou a telefonar para dirigentes petistas pedindo que eles não jogassem mais combustível na crise. “O governo não vai criar crise onde não existe”, resumiu o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara. “2018 ainda está muito longe.”
Guimarães disse se dar muito bem com o vice-presidente Michel Temer, que comanda o PMDB e é articulador político do Planalto. “Não tem fuxico entre nós dois. Não tem estresse”, garantiu.
As relações entre PT e PMDB estão cada vez mais tensas. Nos últimos dias, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse que era “imprescindível” a Secretaria de Relações Institucionais ser ocupada, para dar agilidade às negociações com o Congresso, o que contrariou Temer, articulador do governo.
Além disso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou para o vice-presidente, furioso, cobrando explicações pelo fato de a bancada do PMDB ter aprovado a convocação de Paulo Okamotto, que comanda o Instituto Lula, na CPI da Petrobras. (AE)