Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 25 de agosto de 2017
O governador José Ivo Sartori assinará decreto, nos próximos dias, modificando o atual regulamento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O ato beneficia os produtores de leite gaúchos que amargam prejuízos com a entrada em excesso de leite em pó, sobretudo do Uruguai e Argentina.
O anúncio da suspensão da lei em vigor será feito durante a 40ª Expointer, em Esteio. A medida do Executivo suspende e não atualiza os decretos 50.645/2013 e 53.059/2016, que estimulam a importação a partir da obrigação tributária mais favorável ao valor de operação de leite em pó importado. Com a mudança tributária, o produtor rural poderá retomar a produção com parâmetros mais ajustados a partir da equalização da oferta de lácteos no mercado, com estimativa de redução na curva de queda de preços.
Atualmente, a situação da cadeia produtiva do leite no Estado está agravada em função dos elevados estoques de leite em pó no País – em razão do baixo consumo do mercado brasileiro – e pelo aumento desproporcional dos volumes importados. Desde 2016, ingressaram 100 mil toneladas do produto no Brasil. No Rio Grande do Sul, foram 64 mil toneladas, o equivalente a 47 dias de produção da bacia leiteira gaúcha.
Reassegurar competitividade
Com o atual cenário de tributação e de estoques crescentes, a tendência diante da safra era que as indústrias reduziriam sistematicamente o preço do leite pago ao produtor. Desse modo, diante do atual quadro a partir da importação de leite em pó, segue crescente a saída de produtores familiares da atividade leiteira, que migram para outra atividade do setor primário devido à queda de preços no campo.
Na avaliação do secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, a situação se agravou e se tornou dramática para o setor, especialmente aos agricultores, gerando desestímulo do produtor de leite em função por causa da forte queda dos preços.
“Diante do impacto social e econômico gerado por essa situação, a decisão foi pela suspensão do decreto. Como consequências, a importação de lácteos gradativamente cessará, permitindo ao produto nacional assegurar sua competitividade”, aponta. Devido a isso, as indústrias brasileiras também devem equilibrar a oferta sem forçar quedas de preços para aquisição de leite com os produtores.