Terça-feira, 04 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2015
				O governo apresentará ao Congresso uma proposta para mudar a forma de remuneração da conta dos trabalhadores no FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Com a iniciativa, tentará evitar a aprovação de um projeto apadrinhado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que corrige o FGTS pelo índice da caderneta de poupança e, na prática, dobra a remuneração do Fundo para os depósitos feitos a partir de janeiro de 2016. Cunha afirmou que colocará esse projeto para votação na semana que vem.
A proposta do governo para barrar o avanço do projeto de Cunha é fazer com que parte do lucro obtido pelo Fundo de Garantia seja distribuído entre os trabalhadores, com cada um recebendo um valor proporcional ao seu saldo. Hoje, o lucro é reaplicado no próprio Fundo. Só no ano passado, o ganho chegou a 13 bilhões de reais.
O receio do governo é que a proposta esvazie os cofres do FGTS, principal fonte de recursos para financiamentos nas áreas de habitação, saneamento e infraestrutura. Hoje, o rendimento do FGTS é de 3% ao ano mais a TR (Taxa Referencial).
Pela proposta do governo, a remuneração da conta dos trabalhadores melhoraria, mas não tanto como prevê o projeto apadrinhado por Cunha, e haveria um limite para esse aumento de despesas do FGTS. Se a proposta do governo já estivesse em vigor, a remuneração média das contas do Fundo de Garantia nos últimos três anos teria sido de 5,8%. (AE)